Infanta Cristina, irmã do rei de Espanha, separa-se na sequência da relação extraconjugal do marido
Casal deu que falar pelo envolvimento no caso Nóos, de crime financeiro, que levou Iñaki à cadeia. Cristina foi absolvida
Casal deu que falar pelo envolvimento no caso Nóos, de crime financeiro, que levou Iñaki à cadeia. Cristina foi absolvida
A infanta Cristina, irmã do rei de Espanha, e o seu marido, Iñaki Urdangarin, anunciaram esta segunda-feira o fim do seu casamento. “De comum acordo, decidimos interromper a nossa relação matrimonial. O nosso compromisso para com os nossos filhos permanece intacto. Dado que se trata de uma decisão privada, pedimos o maior respeito de todos os que nos rodeiam”, escreveram em comunicado.
Antigos duques de Palma de Maiorca — título que perderam ao verem-se envolvidos no caso Nóos, pelo qual Urdangarin ainda cumpre pena —, Cristina (56 anos) e Iñaki (54) casaram-se em Barcelona a 4 de outubro de 1997. O fim da relação surge dias depois da divulgação, quarta-feira passada, de fotos de Urdangarin de mão dada com Ainhoa Armentia, sua colega no escritório de advocacia Imaz & Asesores, em Vitória (País Basco), onde o marido da infanta trabalha desde março. O jornal digital “El Español” indica que Armentia é casada e tem dois filhos, e é fã de padel e corrida.
Andebolista quando se conheceram — chegou a integrar a seleção espanhola —, Urdangarin trocou o desporto pela vida empresarial depois de se casar com Cristina, a filha mais nova dos reis eméritos, Juan Carlos e Sofia. Têm quatro filhos: Juan (de 22 anos), Pablo (21, a seguir as pisadas do pai no andebol), Miguel (19) e Irene (16). Viveram em Barcelona, Washington (Estados Unidos da América) e Genebra (Suíça), onde a infanta mantém residência.
Juan vive em Madrid, perto da avó Sofia, dos tios que são hoje reis (Filipe e Letizia) e da tia Elena, também irmã do monarca atual, e respetivos filhos. Pablo estuda Ciências Empresariais em Barcelona e foi o único a comentar em público a relação extraconjugal do pai: “São coisas que acontecem, aconteça a acontecer vamos continuar a amar-nos uns aos outros”. Miguel frequenta o curso de Ciências do Mar em Londres e Irene vive com a mãe na Suíça.
Sexta figura na linha de sucessão ao trono que é hoje do irmão Filipe VI, Cristina ganhou exposição mediática por maus motivos: ela e o marido foram investigados por desvio de fundos, num processo que ficou conhecido como caso Noós. Urdangarin foi condenado por ter usado as ligações familiares ao então rei Juan Carlos para ganhar concursos públicos para organizar eventos, desportivos e outros, muitos dos quais nunca chegaram a acontecer.
O casal detinha e geria a meias a empresa Aizoon, para a qual era desviados os fundos dos contratos fraudulentos, com que financiavam uma vida luxuosa. A infanta foi absolvida, mas Urdangarin foi condenado pelo Supremo Tribunal espanhol a cinco anos e dez meses de prisão, que começou a cumprir em 2018. Há cerca de um ano saiu da prisão em regime de semiliberdade.
Na sequência do caso Nóos, Filipe VI afastou-se do convívio com a irmã, retirando ao casal o título que o pai lhes atribuíra aquando do casamento. A própria cidade de Palma de Maiorca fez saber que não queria estar associada a Cristina e Iñaki. A infanta tornou-se a primeira pessoa da família real a sentar-se no banco dos réus, tendo alegado desconhecimento e falta de memória sobre os factos em causa.
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