Exclusivo

Cultura

Na casa alentejana de Ai Weiwei. Foi em Montemor-o-Novo que o artista plástico chinês encontrou a luz que procurava

Na casa alentejana de Ai Weiwei. Foi em Montemor-o-Novo que o artista plástico chinês encontrou a luz que procurava

No lugar que escolheu para viver, cercado por três cães e oito gatos, o ativista e artista plástico chinês Ai Weiwei desvenda “1000 Anos de Alegrias e Tristezas”, a biografia em que fala do pai e do filho. E de como ficou emparedado entre eles

Ai Weiwei acordou há pouco e ainda toma o pequeno almoço. Está na cozinha da casa, em Montemor-o-Novo, Alentejo. Aquele que foi considerado, pelo “Art Newspaper”, o mais popular artista de todo o mundo tem sobre a mesa um pequeno prato com zongzi, alimento tradicional chinês que consiste num embrulho de folhas de bambu recheadas com arroz cozido. Na chávena, chá. Nos pés, sapatilhas pretas, flexíveis e nada adaptadas ao campo, a roupa é de um discreto azul escuro, cor que ficou associada à Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung. O cabelo, cortado rente na véspera para as fotografias, remete para o tempo da prisão. É sábado de manhã, frio e nevoeiro lá fora.

Apesar de estar há sete anos tão longe do país de origem e ainda tão nele imerso, Ai Weiwei parece tranquilo e aceita o convite para ser entrevistado enquanto mostra o terreno à volta da casa que comprou há cerca de ano e meio. As conversas são como pedras atiradas a um lago, vão criando ondas de impacto que não se sentem logo ao primeiro contacto, por isso, começámos lentamente e a primeira pedra-pergunta é “quem?” O argumento do nosso encontro era “1000 Anos de Alegrias e Tristezas”, a autobiografia que Weiwei demorou dez anos a concluir e que acabou de ser lançada simultaneamente em 15 países (mas não na China).

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate