Os talibãs anunciaram esta terça-feira um novo governo interino para o Afeganistão, proclamando o país como um "Emirado Islâmico". O líder do governo será Mullah Mohammad Hassan Akhund, um dos fundadores do movimento extremista.
O ministro do interior será Sarajuddin Haqqani, um homem procurado pelo FBI e militante da rede Haqqani, um grupo próximo dos talibãs que é considerado uma organização terrorista, suspeita de ser responsável de alguns dos ataques mais mortíferos das últimas décadas em solo afegão.
Desde que assumiram o controlo do país, a 15 de agosto, os talibãs adiaram por várias vezes o anúncio do novo governo. "Nós sabemos que as pessoas do nosso país têm estado à espera de um novo governo”, reconheceu Zabihullah Mujahid, porta-voz oficial do grupo, sublinhando que os talibãs responderam às necessidades do povo do Afeganistão.
Outras nomeações deste governo interino incluem Mullah Yaqoob (ministro da defesa), Amir Khan Muttaqi (ministro dos negócios estrangeiros), e Mullah Abdul Ghani Baradar e Mullah Abdul Salam Hanafi como adjuntos. O ministro da defesa é filho de Mullah Omar, um dos fundadores dos talibãs e mais tarde líder supremo do grupo, enquanto que Baradar foi chefe da polícia do anterior regime talibã, tendo coordenado no ano passado o acordo para a saída dos Estados Unidos do Afeganistão.
A BBC perguntou aos talibãs porque é que nenhuma mulher foi anunciada como parte do novo governo. Os talibãs responderam que o executivo ainda não estava fechado.
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