Esta terça feira, em Cabul, dezenas de pessoas marcharam na rua em protesto pelos direitos das mulheres, um dos maiores grupos lesados pelas crenças dos Talibãs.
Já na passada sexta-feira (dia 3) realizou-se um protesto a exigir a participação das mulheres na política e na vida ativa - uma manifestação que acabou desmobilizada pelos talibãs sem recurso a armas de fogo.
Um vídeo enviado à BBC, dos protestos desta terça-feira, mostra combatentes dos talibãs a disparar as armas para o ar - uma ação que o grupo proibiu na semana passada depois de várias pessoas terem sido mortas após comemorações do género. Da mesma forma, ouviam-se cânticos anti-Paquistão, motivados pela desconfiança de que o país vizinho tem apoiado o regime recém-instaurado.
O Paquistão rejeitou essas alegações, mas é conhecido que apoia a insurgência dos talibãs. Os afegãos lamentam a interferência do Paquistão e o sentimento foi exacerbado pela recente visita a Cabul do chefe dos serviços secretos do Paquistão (ISI).
Apesar dos vários protestos levados a cabo pelas mulheres, esta terça-feira a participação de homens afegãos marcou a diferença relativamente a manifestações anteriores.
Os protestos acontecem um dia depois do líder dos combatentes anti-talibãs, Ahmad Massoud, ter pedido uma "revolta nacional" dos civis contra o grupo extremista.
Esta onda de protestos tem sido o maior desafio à autoridade dos talibãs desde que tomaram o poder em Cabul e inclui críticas ousadas e diretas ao grupo. Uma jovem pronunciou: "Exigimos liberdade de expressão, democracia... Não tenho medo da morte".
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