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Governador de São Paulo diz que quer concorrer à Presidência do Brasil em 2022

João Doria foi prefeito da cidade de São Paulo entre 2017 e 2018 e tornou-se governador do Estado em 2019
João Doria foi prefeito da cidade de São Paulo entre 2017 e 2018 e tornou-se governador do Estado em 2019
Victor Moriyama/Bloomberg via Getty Images

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou terça-feira, pela primeira vez, que pretende ser o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) à Presidência do Brasil em 2022, segundo a imprensa local

“Vamos disputar as prévias [eleições primárias que definirão o candidato do partido à Presidência], respeitando todos os candidatos”, anunciou o governador de São Paulo na terça-feira. João Doria assume pela primeira vez querer ser o candidato presidencial do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB, centro).

Prometendo “trabalhar para vencer e somar forças com todos para fortalecer a candidatura do PSDB e ajudar o Brasil”, Doria disse ao jornal “Folha de S. Paulo” que estará nas primárias, no próximo mês de novembro. No mês passado admitira, em entrevista ao Expresso, ter apetência pelas presidenciais do outono de 2022.

Doria foi eleito governador associando a sua candidatura à campanha presidencial de Jair Bolsonaro, em 2018, mas os dois afastaram-se no ano passado e tornaram-se rivais políticos declarados durante a pandemia. Os atritos intensificaram-se quando o Presidente se recusou a comprar a Coronavac, vacina contra a covid-19 da chinesa Sinovac, negociada pelo executivo de São Paulo e produzida naquele estado.

Doria tem acusado Bolsonaro de politizar a vacinação e “desprezar vidas”, devido ao seu negacionismo. Este mês anunciou que planeia vacinar toda a população adulta paulista até final de setembro, três meses antes do previsto. O governo estadual contrasta com o governo federal, que tem tido dificuldades em negociar doses de vacinas para o país.

Lula encabeça sondagens

Apesar de Doria querer concorrer à Presidência, as últimas sondagens indicam que o ex-Presidente Lula da Silva (do Partido dos Trabalhadores, à esquerda) lidera a corrida e venceria o atual chefe de Estado na segunda volta. Doria não vai além dos 3%.

Em causa está um estudo do Instituto Datafolha, divulgado no mês passado, que indicou Lula obteria 41% dos votos na primeira volta, contra 23% de Bolsonaro.

Outros candidatos incluídos eram Sérgio Moro, ex-ministro e antigo juiz da operação Lava Jato (7%); o ex-candidato presidencial e antigo ministro Ciro Gomes (6%), o apresentador de televisão Luciano Huck (4%). O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o antigo candidato à Presidência e empresário João Amoedo também figuram na sondagem, empatados com 2%.

Já numa eventual segunda volta, Lula venceria Bolsonaro com uma ampla vantagem (55%-32%). O homem que governou entre 2003 e 2011 receberia a maioria dos votos que na primeira volta teriam ido para Doria, Ciro e Huck. Já o atual chefe de Estado herdaria a maior fatia dos que optaram por Moro. Quer Lula quer Bolsonaro admitiram a possibilidade de concorrer às presidenciais de 2022.

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