Internacional

Jovem homossexual torturado, queimado e morto em Cancún após revelar ser seropositivo

Praia em Cancún, México
Praia em Cancún, México
Reuters

Uma organização não-governamental que defende a comunidade LGBTTI+ afirmou que um jovem homossexual foi torturado, queimado e morto no fim de semana na estância balnear mexicana

Um jovem homossexual foi torturado, queimado e morto em Cancún no passado fim de semana, anunciou uma organização não-governamental que defende a comunidade LGBTTI+. Terá sido assassinado depois de ter revelado ser portador de VIH.

Segundo a versão dos representantes da organização Resilientxs, que divulgou o caso no sábado, a vítima, cuja idade não foi divulgada, esteve numa festa em Cancún, na qual revelou ser seropositivo. Ao tomarem conhecimento, alguns dos participantes terão, alegadamente, torturado, queimado e matado o jovem.

A vítima foi morta dentro de uma oficina de ferreiro. Foi espancado, torturado, queimado e morto assim que comentou que tinha VIH”, disse Edwin Reyes, representante da Resilientxs, à agência de notícias espanhola EFE. “Este caso gerou muita raiva, porque estamos no mês que comemora o orgulho da nossa comunidade e no qual pedimos e exigimos direitos.

Após tomar conhecimento do caso, o chefe da Comissão de Direitos Humanos do estado mexicano de Quintana Roo, Marco Antonio Toh, condenou o crime de ódio. Informou também que o Gabinete do Inspetor-Geral em Cancún atuará para assegurar justiça e exortou as autoridades a investigar e a assegurar que o crime não fique impune.

Entretanto, a Procuradoria-Geral do Estado de Quintana Roo abriu uma investigação por homicídio, mas não por crime de ódio, que ainda não está definido no Código Penal. “A Rede LGBT Quintana Roo, de que fazemos parte, pediu a todas as autoridades que reformassem o Código Penal para incluir os crimes de ódio, conforme as normas internacionais”, explicou Reyes.

“Não o fizeram nem nos tomaram em consideração. Isto demonstra o abandono institucional que existe no Estado”, acrescentou o ativista, sublinhando que não é um caso isolado”. Em Quintana Roo, a Comissão Estatal de Direitos Humanos relatou que 33 pessoas foram mortas nos últimos anos devido à sua orientação sexual, identidade de género ou expressão de género.

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