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Jeff Bezos nega que funcionários sejam vistos como “robôs” mas admite que Amazon deve tratá-los “melhor”

Jeff Bezos
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Alex Wong/Getty Images

Na sua última carta enquanto presidente executivo da Amazon, Jeff Bezos negou as críticas que têm sido dirigidas à empresa sobre a forma como trata os seus funcionários. “São permitidas pausas informais entre turnos para esticar as pernas, beber água, descansar e falar com superiores hierárquicos”

Na sua última carta enquanto presidente executivo da Amazon, dirigida aos acionistas da empresa, Jeff Bezos negou que os funcionários sejam “tratados como robôs”, conforme alegaram alguns trabalhadores e críticos da empresa. Segundo ele, “são permitidas pausas informais entre turnos para esticar as pernas, beber água, descansar e falar com superiores hierárquicos”.

“Não estabelecemos metas de desempenho que não sejam razoáveis”, disse também, acrescentando que a Amazon “se destacou por aumentar o salário mínimo para 15 dólares por hora há dois anos e meio”.

Admitiu, porém, que a empresa tem de “tratar melhor” os seus funcionários, e que não é o facto de a proposta para a criação de um sindicato, apresentada há tempos por trabalhadores de um armazém da empresa em Bessemer, no Alabama, não ter avançado que o deixa “mais confortável”. “Acho que temos de tratar melhor os nossos funcionários. Embora tenhamos uma boa relação com eles, parece-me claro que precisamos de perceber melhor o que os faz sentirem-se valorizados.”

Recentemente, os trabalhadores de um armazém da Amazon em Bessemer, no Alabama, Estados Unidos da América, votaram contra a criação do seu primeiro sindicato, oferecendo uma vitória à empresa, que se opõe à criação destas estruturas laborais. A proposta havia sido apresentada por alguns funcionários e apoiada por uma estrutura sindical já existente, o Retail, Wholesale and Department Store. Segundo as contas então feitas pela Associated Press, cerca de 53% dos 6 mil trabalhadores da fábrica votaram, com 1.798 votos contra e 738 votaram a favor. Foram considerados nulos 505 votos, “não em número suficiente para afetar os resultados das eleições”, apontou a National Labor Relations Board, a agência governamental norte-americana que supervisionou o processo

A Amazon é a segunda maior empregadora nos Estados Unidos da América, atrás da cadeia de supermercados Walmart. Tem 950 mil funcionários, sendo que a maioria trabalha em armazéns que têm sido criticados pelas suas fracas condições laborais.

Jeff Bezos está prestes a deixar a liderança da gigante tecnológica e será substituído no cargo de presidente executivo por Andy Jassy, que trabalha na Amazon há mais de 20 anos e lidera o negócio de “cloud” da empresa. Assumirá as novas funções a partir do verão.

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