Juan Carlos quer regressar a Espanha nas próximas semanas

Rei emérito pagou uma dívida de 4,4 milhões de euros ao fisco espanhol para evitar ir a tribunal. Imprensa espanhola garante que o rei emérito quer voltar a Madrid a breve prazo
Rei emérito pagou uma dívida de 4,4 milhões de euros ao fisco espanhol para evitar ir a tribunal. Imprensa espanhola garante que o rei emérito quer voltar a Madrid a breve prazo
Jornalista
Correspondente em Madrid
Juan Carlos quer regressar a Espanha já nas próximas semanas, escreve este domingo o jornal "El Mundo". Com a última regularização fiscal, o rei emérito espera poder voltar a Madrid sem ter problemas com a Justiça. Mas não há certezas sobre se o pai de Felipe VI, que se refugiou a 3 de agosto em Abu Dhabi nos Emirados Árabes Unidos, conseguirá ter uma nova vida em Espanha livre das polémicas.
O antigo monarca fez uma segunda regularização fiscal por rendimentos não declarados que ascendem a oito milhões de euros e pagou há poucos dias 4.395.901,96 euros à Agência Tributária para regularizar as suas dívidas ao fisco.
O chefe de investigação do jornal “El País”, José María Irujo, que assinou a notícia exclusiva sobre os mais quatro milhões entregues ao fisco, assegura ao Expresso que Juan Carlos pretende, “acima de tudo, limpar o horizonte legal”, para poder um dia voltar a Espanha.
Os gastos das viagens de Juan Carlos foram suportados com dinheiro da Fundação Zagatka, de que é titular um primo afastado do rei emérito, Álvaro de Orleães. Embora este o tenha negado numerosas vezes, suspeita-se que tenha sido um testa-de-ferro e administrado fundos que na realidade eram de Juan Carlos.
Há um registo documental de muitas viagens de jato privado, não raro na companhia de Corinna Larsen, a aristocrata alemã que foi amante do ex-monarca, aos Emirados Árabes Unidos (onde Juan Carlos vive desde agosto passado), República Dominicana, Botsuana, Canadá e outros países. Os voos foram operados por companhias como a NetJets UK Ltd., Tag Aviation (Suíça), Vista Jet Aviation (Malta) ou a também britânica Air Partner. O custo total desses voos e dos serviços complementais ascende a mais de oito milhões de euros.
Em dezembro de 2020, Juan Carlos pagou à agência tributária do país cerca de 670 mil euros, correspondentes a uma dívida contraída entre 2016 e 2018, quando já havia abdicado do trono e perdido a imunidade concedida pelo estatuto de rei.
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