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Brexit consumado, Boris reage: “É um bom acordo para toda a Europa”

Brexit consumado, Boris reage: “É um bom acordo para toda a Europa”
JOHN SIBLEY/REUTERS

Primeiro-ministro inglês assegura que acordo “o maior alguma vez fechado” garante empregos, e não impõe taxas nem tarifas a produtos britânicos na União Europeia (em atualização)

Brexit consumado, Boris reage: “É um bom acordo para toda a Europa”

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Foi duro, mas acabou bem. É este o resumo de Boris Johnson sobre o acordo que Reino Unido e União Europeia fecharam esta quinta-feira, 24 de dezembro. A conferência de imprensa do primeiro-ministro aconteceu depois de anunciado que há um acordo para o Brexit com a União Europeia.

Para Boris, o entendimento agora fechado “vai proteger os empregos em todo o país”, além de proteger as empresas de tarifas nos negócios feitos com os 27 países da União Europeia. “Beneficia-nos a ambos”, tanto a Londres como a Bruxelas, defende.

Foi duro, ou "feroz", mas “é um bom acordo para toda a Europa”, continuou o líder executivo do Reino Unido, agradecendo aos envolvidos da União Europeia nas negociações. Segundo Boris, o acordo comercial – que disse ser ao estilo do que partilha com o Canadá – é de 660 mil milhões de libras por ano, correspondente a mais de 700 mil milhões de euros.

O acordo traz “uma nova estabilidade, uma nova certeza, para aquela que foi, por vezes, uma relação turbulenta e difícil". "Seremos vossos amigos, aliados, apoiantes e o mercado número 1”, continuou ainda o primeiro-ministro.

Mas, apesar de tudo isto, há uma clara separação, que dá voz ao referendo feito no país há quatro anos. A partir do próximo ano, “as leis britânicas vão ser feitas apenas pelo Parlamento britânico, e interpretadas por juízes do Reino Unido”, frisou Boris. "A jurisdição do Tribunal Europeu de Justiça vai chegar ao fim", disse.

Questionado pelos jornalistas sobre as cedências que foram feitas, Boris Johnson admitiu que não ia argumentar que este é o mais saboroso dos tratados. Ainda em relação a cedências, Boris deu o exemplo do acesso a pescas, em que o período de transição ficou em 5 anos e meio, a meio caminho entre os 14 pretendidos pela União Europeia e os três apontados por Londres.

Na conferência de imprensa, houve uma questão sobre Erasmus, que agora fica barrado aos alunos britânicos. Foi uma “decisão difícil”, mas haverá um novo sistema que permitirá esse intercâmbio escolar “com todo o mundo”, esclareceu o primeiro-ministro.

Este acordo será votado pelo parlamento britânico a 30 de dezembro, segundo a expectativa de Boris Johnson.

Durante a sua intervenção, Boris Johnson frisou ainda que o acordo traz algo que é necessário: “certeza”. E, assim, o Reino Unido fica centrado para a prioridade nacional: combater a covid-19.

(notícia atualizada às 16.26 com mais informações)

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