EUA. Como discutir alterações climáticas com quem acha que a Terra é plana? O fenómeno QAnon

QAnon já tem o pé em mais de 70 países e ganha espaço na Europa, em quase todo o espectro social
QAnon já tem o pé em mais de 70 países e ganha espaço na Europa, em quase todo o espectro social
Jornalista de Internacional
O facto de o Presidente dos Estados Unidos se ter recusado, em entrevista à NBC esta semana, a condenar ou a classificar como loucura a teoria da conspiração que o pinta como o salvador do mundo — que está, defende esta teoria, sob ataque de um “estado profundo” liderado por uma cabala de pedófilos canibais — pode bem ter validado o “movimento” apoiado pela extrema-direita que nasceu nos Estados Unidos e está a espalhar-se pela Europa.
Para o diretor da Genocide Watch, da Universidade George Mason, EUA, é clara a ressonância dos Protocolos dos Sábios de Sião, mentira antissemita promovida pelo Partido Nazi alemão nos anos 30. Essa teoria da conspiração, que custou milhões de vidas desde a Idade Média, está a ser revitalizada com a mesma base de “argumentação”, esclarece Gregory Stanton: demonizar “o outro”. O objetivo é provocar o caos em torno de uma figura adulada acima de todas as outras.
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