Nos oceanos da Terra encontram-se já pelo menos 14,4 milhões de toneladas métricas de microplásticos, diz um estudo publicado esta segunda-feira. Os microplásticos são pequenas partículas de plástico, com menos de 5 milímetros, que resultam do desgaste progressivo de plásticos que vão sendo deitados fora, e constituem um problema substancial de poluição hoje em dia, afetando tanto a vida natural como potencialmente a saúde humana.
O estudo efetuado pela CSIRO, a agência natural de ciência na Austrália, e citado pelo jornal "The Guardian", utilizou um submarino robótico que recolheu amostras de sedimento oceânico até 380 quilómetros da costa australiana, a profundidades que chegaram aos três mil metros. As 51 amostras obtidas deram uma média de 1,26 peças de microplástico por cada grama de sedimento, e daí extrapolou-se para a generalidade dos oceanos, chegando-se ao número de 14,4 milhões de toneladas métricas, que representa mais de três vezes o plástico a flutuar na superfície dos mares.
Como as zonas examinadas não se encontram junto a zonas densamente povoadas, os investigadores consideram que a estimativa deve estar muito abaixo da quantidade real. E o aumento crescente de plástico nos oceanos faz prever que o problema se vá agravar bastante nas próximas décadas. O estudo foi publicado na Frontiers of American Science, uma revista de referência.
Notícia corrigida às 17h03 de quarta-feira: onde se lia "a profundidades que chegaram aos três mil quilómetros", deverá passar a ler-se "a profundidades que chegaram aos três mil metros".
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