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"Trump era como um 'Don' da Máfia e eu queria ser seu soldado": o Presidente dos EUA, segundo Michael Cohen

"Trump era como um 'Don' da Máfia e eu queria ser seu soldado": o Presidente dos EUA, segundo Michael Cohen
JIM LO SCALZO/REUTERS

Michael Cohen era o braço-direito do milionário para os trabalhos sujos, e dizia-se disposto a apanhar com uma bala pelo seu patrão. Até ao dia em que lei lhe caiu em cima. No livro "Disloyal" conta tudo o que se dispôs a fazer pelo Presidente americano, sem nunca se perguntar sobre "o que viria a seguir, ou que fronteiras morais e éticas e em última análise criminais atravessaria"

Luís M. Faria

Jornalista

Entre muitas histórias que encontramos em "Disloyal" (desleal; ed. Skyhorse Publishing), o livro onde o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, conta o seu envolvimento de doze anos com o atual Presidente dos Estados Unidos, uma das mais representativas será a que envolve uma mulher divorciada chamada Patricia Kluge. Kluge era uma antiga modelo que se tinha divorciado de um magnata - não por acaso, um que era bastante mais rico do que Trump (só esse facto era suficiente para despertar os seus maus instintos, sugere Cohen). No acordo de divórcio, Kluge recebera uma mansão de cem milhões de dólares. Mas não tinha dinheiro para a manter, e depressa começou a acumular dívidas. A solução era vender a mansão. Para isso, Kluge pediu ajuda a um velho amigo do casal, Donald Trump. Foi a pior decisão que podia ter tomado, pois ele fez aquilo que costuma fazer a todas as pessoas que julgam ser seus amigos.

Resumir o processo todo seria demasiado longo, mas diga-se apenas que Trump decidiu logo à partida que a mansão havia de ficar para ele, e a um preço muito mais baixo do que o seu valor real. Através de vários truques - um deles foi comprar os direitos a um terreno vizinho que dava acesso à casa com a finalidade específica de deixar as ervas crescerem lá, para fazer o valor da propriedade descer - acabou por conseguir comprar a mansão por 6,7 milhões de dólares (5,8 milhões de euros). Desse modo, privou tanto Kluge do seu dinheiro como o filho dela da herança que lhe caberia. Num remate irónico, Cohen - a quem Trump foi contando com gáudio visível à medida que ia realizando o seu plano - nota que Kluge ficou agradecida a Trump por ele a ter aliviado de uma grande dor de cabeça.

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