O secretário de Estado norte-americano condenou a tentativa do Governo bielorrusso de expulsar membros da oposição, dizendo ainda que está a considerar novas sanções ao país europeu.
Mike Pompeo disse, na terça-feira, estar "profundamente preocupado com relatos de sequestro e tentativa de deportação à força de líderes da oposição na Bielorrússia".
O secretário de Estado mencionou em particular a adversária Maria Kolesnikova, levada à força na noite de segunda-feira para terça-feira na fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia, onde foi detida, segundo dois outros opositores que se encontravam no local.
Os seus dois companheiros Anton Rodnenkov e Ivan Kravtsov - ambos membros do Conselho de Coordenação da oposição -, levados para a fronteira como Maria Kolesnikova, foram forçados a entrar na Ucrânia, onde puderam relatar os factos que ocorreram na fronteira.
"Lembramos às autoridades bielorrussas que é sua responsabilidade garantir a segurança da senhora Kolesnikova e de todos os detidos injustamente", disse Mike Pompeo.
"Os Estados Unidos, em coordenação com os nossos parceiros e aliados, estão a considerar sanções direcionadas adicionais para promover a responsabilização das pessoas envolvidas em violações de direitos humanos e repressão na Bielorússia", acrescentou Pompeo.
Maria Kolesnikova terá sido levada de Minsk no mesmo carro onde já estavam Rodnenkov e Kravtsov, avançou hoje a agência de notícias Interfax-Ucrânia. Porém, não pôde sair do país porque rasgou o seu passaporte e os guardas fronteiriços da Ucrânia não lhe permitiram entrar.
Segundo a agência Belta, órgão oficial da Bielorrússia, a líder da oposição foi presa na fronteira com a Ucrânia quando tentava sair ilegalmente do país.
Kolesnikova, membro do Conselho de Coordenação, é a única das três mulheres que enfrentaram o Presidente Alexander Lukashenko na campanha para as presidenciais que continua em Minsk, já que a líder da oposição, Svetlana Tikhanovskaya, e Veronika Tsepkalo partiram para o exílio depois das eleições.
Dos sete membros do Conselho de Coordenação, apenas dois - o jurista Maxim Znak e a escritora Prémio Nobel de Literatura Svetlana Alexievich - continuam em liberdade na Bielorrússia.
A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 9 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial.
Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.
Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt