O principal opositor de Putin estava em coma induzido após ter sido envenenado pelo mesmo químico da era soviética que foi usado em 2018 para envenenar o antigo espião russo Sergei Skripal
O principal opositor do regime russo, Alexei Navalny, saiu do coma induzido em que estava após ter sido envenenado em finais de agosto. A situação do doente tem melhorado, avança a BBC, citando o hospital de Berlim onde o russo está internado.
Segundo a mesma fonte, Navalny estará já a reagir a alguns estímulos, ainda que seja cedo para perceber o impacto das melhorias e os efeitos que o envenenamento poderá ter a longo prazo.
O russo, 44 anos, seguia num voo de Tomsk, uma cidade na Sibéria, para Moscovo, capital russa, quando começou a sentir-se mal e precisou de assistência. O avião fez uma aterragem de emergência em Omsk, na Sibéria, quando Navalny estava a sofrer de “envenenamento tóxico”. Foi transferido dias depois para um hospital na capital alemã.
Por esta altura mantêm-se as suspeitas de envolvimento do Governo russo, na pessoa do Presidente Vladimir Putin, do qual Navalny é conhecido opositor. O chefe do executivo nega qualquer ligação com o incidente.
Na semana passada, o Governo alemão disse que Navalny foi “sem dúvida” envenenado com Novichok, um agente nervoso da era soviética que foi também utilizado para envenenar o antigo espião russo Sergei Skripal e a sua filha, na cidade inglesa de Salisbury, em 2018.
Na mesma altura, a agência de notícias estatal russa Tass informou que o político estava em estado grave, citando o mesmo hospital berlinense.
Angela Merkel foi um dos nomes que se levantou para pedir investigação séria ao caso, afirmando que Navalny foi vítima de uma tentativa de homicídio e exigindo respostas à Rússia. A Alemanha, enquanto país que preside à União Europeia, ameaçou abrir sanções à Rússia se o caso não for explicado.
Forte opositor do regime russo, Navalny faz diversas publicações anticorrupção, amplamente compartilhadas nas redes sociais, e já sofreu ataques no passado. Em 2019, por exemplo, foi levado de urgência da prisão para um hospital, onde cumpria pena após uma prisão administrativa, com o que a sua equipa disse ser suspeita de envenenamento.
Na altura os médicos disseram que ele teve um grave ataque alérgico e mandaram-no de volta para a prisão no dia seguinte.
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