"É a primeira vez que o alvo dos protestos é a Monarquia. Nunca antes se atacou a mais alta instituição do país", explica ao Expresso Anon Nampa, um dos líderes do movimento e o primeiro a reclamar publicamente a limitação dos poderes monárquicos. "Queremos a democratização do país, e por isso exigimos uma emenda à Constituição que faça da Tailândia uma verdadeira Monarquia Constitucional", acrescenta este advogado de Direitos Humanos, preso na manhã desta quarta-feira pela terceira vez em poucas semanas.
Chegou a altura de se falar sobre a legitimidade da Monarquia, vinca o ativista Pavin Chachavalpongpun. "A Monarquia é a instituição mais importante na Tailândia e tornou-se um problema", defende ao Expresso o professor associado do Centro de Estudos sobre o Sudeste Asiático na Universidade de Quioto.
Chachavalpongpun está exilado no Japão e explica que, por agora, o objetivo não é acabar com o sistema monárquico ainda que admita que o desfecho possa vir a ser esse. "Acredito que se aceitaria a Monarquia se as exigências fossem respondidas. Mas não estou otimista. Não acredito que o rei aceite. Diga-me um ditador na História que tenha abdicado do poder?", questiona. "Talvez tenha chegado a altura de irmos mais longe e termos uma República."
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