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Monarquia contestada na Tailândia. “Não se pode parar uma população revoltada e insatisfeita”

O ativista pró-democracia e membro da banda musical Rap Against Dictatorship, Dechathorn Bamrungmuang (centro) com o advogado Anon Nampa (direita) e o coordenador da assembleia dos pobres,  Baramee Chairat (esquerda) falam aos media em Banguecoque
O ativista pró-democracia e membro da banda musical Rap Against Dictatorship, Dechathorn Bamrungmuang (centro) com o advogado Anon Nampa (direita) e o coordenador da assembleia dos pobres, Baramee Chairat (esquerda) falam aos media em Banguecoque
NARONG SANGNAK/EPA

É o maior protesto desde o Golpe Militar de 2014 e a primeira vez que o alvo é a Monarquia. Os estudantes são os protagonistas de um movimento contestatário que se alastra a outras gerações e pelo país. Fala-se de fenómeno e do fim de um tabu. Nunca na História da Tailândia se ousou desafiar a mais alta instituição de poder

Catarina Brites Soares em Macau

"É a primeira vez que o alvo dos protestos é a Monarquia. Nunca antes se atacou a mais alta instituição do país", explica ao Expresso Anon Nampa, um dos líderes do movimento e o primeiro a reclamar publicamente a limitação dos poderes monárquicos. "Queremos a democratização do país, e por isso exigimos uma emenda à Constituição que faça da Tailândia uma verdadeira Monarquia Constitucional", acrescenta este advogado de Direitos Humanos, preso na manhã desta quarta-feira pela terceira vez em poucas semanas.

Chegou a altura de se falar sobre a legitimidade da Monarquia, vinca o ativista Pavin Chachavalpongpun. "A Monarquia é a instituição mais importante na Tailândia e tornou-se um problema", defende ao Expresso o professor associado do Centro de Estudos sobre o Sudeste Asiático na Universidade de Quioto.

Chachavalpongpun está exilado no Japão e explica que, por agora, o objetivo não é acabar com o sistema monárquico ainda que admita que o desfecho possa vir a ser esse. "Acredito que se aceitaria a Monarquia se as exigências fossem respondidas. Mas não estou otimista. Não acredito que o rei aceite. Diga-me um ditador na História que tenha abdicado do poder?", questiona. "Talvez tenha chegado a altura de irmos mais longe e termos uma República."

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