A Boy Scouts of America (BSA), que abriu falência em fevereiro, vai receber no processo de insolvência 10.000 queixas de abuso sexual, segundo revelou o advogado das vítimas à Bloomberg, nesta quinta-feira.
O BSA é um dos vários grupos sem fins lucrativos a abrirem falência nos anos mais recentes por terem negligenciado as acusações de abusos sexuais de que eram acusados respeitando as crianças que tinham a seu cargo. Outros exemplos são a USA Gymnastics e mais de 20 dioceses da igreja católica, que pediram proteção judicial após serem objeto de queixas semelhantes.
O comité de representantes dos queixosos esperava ter 7000 queixas entregues até novembro do ano passado. James Stang, da firma de advogados que os representa - Pachulski Stang & Jones LLP, forneceu o número atualizado para 10.000 durante uma audiência do tribunal.
Em causa estão ainda as transferências de bens do BSA, que terão entretanto sido feitas de forma pouco clara e que, segundo o processo, privam as vítimas de abuso que seriam potenciais ressarcidos de virem a receber compensação monetária.
O chefe executivo do BSA, Roger Mosby, declarou no início deste ano que o grupo “se preocupa profundamente com todas as vítimas de abuso e desculpa-se com sinceridade perante qualquer pessoa que tenha sido abusada durante o tempo que passou no escutismo”, relata a Bloomberg.
Apesar das acusações, Mosby acrescentou que o processo de insolvência vai distribuir compensação equitável por todas as vítimas, mantendo a missão da organização.
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