“Tendo em conta as experiências já aqui contadas e outras mais, porquê aceitar o trabalho?”, questiona-se John Bolton no primeiro capítulo do livro “The Room Where It Happened” (A Sala Onde Aconteceu). Em seguida, o antigo conselheiro de segurança nacional do Presidente dos EUA, Donald Trump, justifica a sua decisão de aceitar o único cargo que estava interessado em desempenhar na Administração. “Porque a América enfrentava um ambiente internacional muito perigoso, e eu pensava que sabia o que era necessário fazer. Eu tinha opiniões fortes sobre uma ampla gama de assuntos, desenvolvidas durante o serviço governamental anterior e o estudo do sector privado”, escreve.
Bolton integrou a Administração Trump em abril de 2018. “Ninguém poderia afirmar, neste ponto, que não conhecia de perto os riscos que havia pela frente, mas eu também acreditava que poderia lidar com isso. Outros podem ter falhado por uma razão ou por outra, mas eu pensava que podia ser bem sucedido. Estava certo?”, volta a questionar-se, desafiando os leitores a continuarem a ler. Bolton demitiu-se em setembro de 2019 em rota de colisão com o Presidente, alegando divergências em várias matérias da política externa como o Irão ou a Coreia do Norte. A versão de Trump é diferente: foi ele que demitiu o seu conselheiro.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hgomes@expresso.impresa.pt