Internacional

“O racismo não está a piorar. Está a ser filmado”: os sufocados

Protesto contra a morte de George Floyd no Colorado
Protesto contra a morte de George Floyd no Colorado
Michael Ciaglo/ Getty Images

Um homem morreu na rua asfixiado por um polícia: tinha a cara no chão e um joelho em cima do pescoço. Suplicou: “Não consigo respirar”. Teve aquele joelho em cima durante longos e humilhantes minutos. E não foi só ele que sufocou: foram todos aqueles que agora estão na rua em nome dele e os que escrevem contra o racismo. Porque não é preciso ter medo das palavras mas é preciso combater o que elas significam: foi racismo. Está filmado. E George Floyd, norte-americano assassinado no seu país por um polícia agora acusado de homicídio em terceiro grau e homicídio involuntário, não foi o único a sufocar mas foi o único a morrer nesta história. Isto é que se está a escrever e a dizer em nome dele: vai de Obama às estrelas do planeta

“O racismo não está a piorar. Está a ser filmado”: os sufocados

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

Barack Obama (ex-Presidente dos Estados Unidos)

O ex-Presidente norte-americano conversou com amigos sobre o que aconteceu com George Floyd. E se um amigo de 12 anos compôs, a propósito deste caso, uma canção que se tornou viral, um outro, que Obama descreve apenas como “um empresário afro-americano de meia idade”, explica como um joelho no pescoço é mais do que isso. “É uma metáfora sobre a forma como o sistema arrogantemente pressiona os negros ignorando os gritos de ajuda.” E é já com as suas palavras que Obama escreve que “isto não é normal”, “não pode ser normal”. “Se queremos que os nossos filhos cresçam numa nação que vive com os melhores valores, temos de fazer melhor.”

Marques Brownlee, youtuber e podcaster de tecnologia

É bem mais comum ouvi-lo ou vê-lo falar sobre tecnologia do que sobre qualquer outro assunto. Não costuma recorrer as hashtags tipo #BlackLiveMatters mas “chega a um certo ponto em que as hashtags e os tweets são necessários porque ver o que se passa à nossa volta e não fazer nada é o pior sentimento do mundo.”

Will Smith, ator

A frase não é de agora - tem quatro anos, foi dita durante uma entrevista ao comediante e apresentador Stephen Colbert: “O racismo não está a piorar. Está a ser filmado”. A frase foi recuperada e tem sido partilha milhares de vezes, aqui damos-lhe o exemplo da página “Comunidade Cultura e Arte”.

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Colin Kaepernick, jogador de futebol-americano

Ele é o homem que decidiu ficar sentado durante cerca de um minuto enquanto o hino norte-americano tocava antes de um jogo dos San Francisco 49ers, equipa que representava. Na altura, quando muitos o acusaram de falta de respeito, explicou assim o que tinha feito: “As pessoas estão a morrer em vão porque este país não lhes dá o que prometeu”. Isto aconteceu em 2016. Na época seguinte, Kaepernick não encontrou equipa que o quisesse e largou o desporto. Entretanto, criou uma organização social que luta pela igualdade das pessoas negras. No Twitter, foi como ativista que reagiu ao que aconteceu a George Floyd.

Beyoncé

Esta não é a primeira vez que Beyoncé se pronuncia sobre casos em que a violência policial. Também não é uma estreia a comentar temas como “Black Live Matters” ou as desigualdades de tratamento entre negros e brancos - sobretudo no que toca às mulheres. Desta vez a homenagem foi feita no seu site: quem acedesse durante esta quinta-feira encontraria uma fotografia de George Floyd a preto e branco apenas com o nome e a mensagem “Rest in Power”.

Caprtuda de ecrã do site oficial de Beyoncé

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