Internacional

OMS avisa: pelo que se sabe, ter sobrevivido ao vírus não garante imunidade para o futuro

Os testes de anticorpos só mostram se a pessoa já contraíu o vírus, não se pode voltar a contraí-lo

Luís M. Faria

Jornalista

A Organização Mundial de Saúde avisa: não é certo que uma pessoa que já foi infetada pelo coronavírus e tenha vencido a doença fique imune para o futuro.

A mensagem foi dada sexta-feira numa conferência de imprensa em Genebra, sede da organização.

Os testes em questão visam detetar a presença de anticorpos que indicam que uma pessoa já esteve exposta ao vírus. Existe uma expetativa de que, sendo possível testar uma percentagem considerável de uma população, isso dê garantias mínimas que ajudem a permitir o regresso da vida ao normal.

"Há muitos países a sugerir usar testes serológicos de diagnóstico rápido para conseguir capturar o que pensam ser uma dose de imunidade", explicou Maria van Kerkhove, líder da unidade de doenças e zoonoses emergentes na organização.

Reconhecendo que é bom estarem a ser desenvolvidos tantos testes desse tipo, disse que têm de ser adequadamente validados para assegurar que medem realmente o que pretendem medir. E acautelou: "Neste momento, não temos provas de que a utilização de um teste serológico possa mostrar que um indivíduo tem imunidade ou está protegido de infeção".

Segundo o diretor executivo do programa de emergências da OMS, Mike Ryan, ainda não certo até que ponto, e durante quanto tempo, os anticorpos impedem uma nova reinfecção. "Ninguém tem a certeza se uma pessoa com anticorpos está completamente protegida contra uma nova doença ou ser novamente exposta", disse.

Referiu ainda um outro problema: alguns dos testes dão falsos resultados negativos. Por tudo isso, depender deles para tomar decisões sobre o relaxamento de restrições ao distanciamento social é arriscado.

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