O Kremlin rejeitou esta terça-feira as afirmações de investigadores das Nações Unidas (ONU) que na segunda-feira acusaram a Rússia de crimes de guerra ligados a ataques aéreos na Síria.
"Não concordamos com tais acusações", realçou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à imprensa.
Num relatório divulgado na segunda-feira e que abarca o período de 11 de julho de 2019 a 10 de janeiro passado, a Comissão de Inquérito Internacional sobre a Síria (COI) afirma ter encontrado provas da participação de aviões russos em dois ataques aéreos na província de Idlib e na zona rural de Damasco, em julho e agosto do ano passado, que causaram mais de 60 mortos.
Segundo Dmitry Peskov, "é evidente que nenhuma comissão pode receber informações fidedignas sobre o que está a acontecer no terreno".
"Nada é referido sobre os ataques de grupos terroristas, o que torna qualquer julgamento emitido por essa comissão parcial", acrescentou Peskov.
A publicação do relatório ocorreu num contexto de fortes tensões entre a Turquia e as forças sírias apoiadas pela Rússia, após a intensificação das hostilidades no último reduto rebelde e jiadista de Idlib, sem, no entanto, estar diretamente relacionado aos recentes confrontos.
A Rússia intervém militarmente na Síria desde setembro de 2015 em apoio às forças do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad e contra os jiadistas.
A COI acusou repetidamente as diferentes partes de terem cometido crimes de guerra e, em alguns casos, crimes contra a humanidade.
Desencadeada em março de 2011, a guerra da Síria já causou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.
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