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Uso da tecnologia Huawei nas redes 5G no Reino Unido será “nada menos do que loucura”

Uso da tecnologia Huawei nas redes 5G no Reino Unido será “nada menos do que loucura”
LUKAS BARTH-TUTTAS/EPA

O alerta foi feito por uma delegação americana junto de ministros britânicos. A Huawei tem negado reiteradamente que Pequim alguma vez lhe tenha pedido para introduzir “portas traseiras” secretas na sua tecnologia, oferecendo-se até para assinar um “acordo de não espionagem” com os países que a adotem. Mas os EUA insistem que há risco de vigilância

Uso da tecnologia Huawei nas redes 5G no Reino Unido será “nada menos do que loucura”

Hélder Gomes

Jornalista

O uso da tecnologia Huawei nas redes 5G no Reino Unido colocará em risco a partilha de informações transatlânticas, disseram responsáveis americanos a ministros britânicos esta segunda-feira. De acordo com o jornal “The Guardian”, a delegação especial dos EUA referiu mesmo que permitir o acesso da empresa chinesa será “nada menos do que loucura”.

A delegação, liderada pelo vice-conselheiro de segurança nacional, Matt Pottinger, apresentou um relatório com novas provas dos riscos que representa para a segurança depender da tecnologia Huawei em futuras redes de comunicação.

O “Guardian” escreve que o lóbi americano representa uma dor de cabeça para o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que deveria tomar em breve uma decisão final sobre a Huawei. Johnson foi repetidamente assegurado de que quaisquer riscos para a segurança poderiam ser contidos.

“Trump está a acompanhar atentamente”

No fim de semana, o diretor-geral do serviço britânico de informações (MI5), Andrew Parker, declarou que não via razão para pensar que o uso da tecnologia Huawei ameaçasse a partilha de informações com os EUA, sugerindo que o Reino Unido estaria pronto para dar luz verde à empresa chinesa.

No entanto, um membro da delegação americana contrariou essa afirmação, dizendo que “o Congresso deixou claro que pretende uma avaliação da partilha de informações” com o Reino Unido. Um segundo membro referiu que o Presidente dos EUA esperava não se desentender sobre o assunto, acrescentando: “Donald Trump está a acompanhar atentamente.”

A Huawei tem negado reiteradamente que o Governo chinês alguma vez lhe tenha pedido para introduzir “portas traseiras” secretas na sua tecnologia, oferecendo-se até para assinar um “acordo de não espionagem” com os países que a adotem. Mas os EUA insistem que há um risco de vigilância.

Negociações com EUA e UE em breve

A decisão do Governo britânico também será vista como um primeiro sinal importante de quão longe o Reino Unido está disposto a avançar em direção à órbita comercial dos EUA. As negociações com Washington e com Bruxelas, que definirão a relação comercial entre Londres e a União Europeia (UE) após o Brexit, estão para breve, com a aproximação da data oficial de saída do Reino Unido da UE, 31 de janeiro.

A delegação americana afirmou ainda que espiões chineses, que trabalham para o Exército de Libertação Popular, trabalham igualmente para a Huawei. Segundo os americanos, a empresa “desempenhou um papel” no apoio aos “campos de reeducação” da minoria uigure muçulmana na China.

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