Internacional

EUA tentaram atingir outro militar iraniano no dia em que mataram Soleimani

Trump na conferência de imprensa na Casa Branca que se seguiu à assinatura do acordo com a Guatemala
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JIM LO SCALZO / EPA

O alvo da operação secreta era Abdul Reza Shahlai, comandante da força de elite iraniana Al-Quds e responsável por várias operações no Iémen. EUA acusam-no de estar envolvido em vários ataques a aliados, incluindo na tentativa de assassínio do embaixador saudita nos Estados Unidos, em 2011

No mesmo dia em que mataram o general Qassem Soleimani, os EUA tentaram atingir outro militar iraniano, mas a operação não foi bem sucedida, revelou esta sexta-feira o jornal norte-americano “Washington Post”, citando fontes oficiais.

O alvo da operação secreta era Abdul Reza Shahlai, comandante, tal como Soleimani, da força de elite iraniana Al-Quds, e responsável por várias operações no Iémen. A revelação, aponta aquele jornal, levanta várias questões, nomeadamente a de se saber se Donald Trump ordenou o ataque a Soleimani devido à “ameaça” que este representava ao ter “vários planos para atacar diplomatas americanos”, conforme justificou na altura o Presidente norte-americano, ou se o objetivo era, pelo contrário, atingir e enfraquecer a liderança da Guarda Revolucionária iraniana, da qual fazem parte as forças Al-Quds.

O ataque a Abdul Reza Shahlai, que os EUA acusam de estar envolvido em vários ataques a aliados norte-americanos, incluindo na tentativa de assassínio do embaixador saudita nos EUA, Adel Al-Jubeir, em 2011, terá sido ordenado ao mesmo tempo que o de Soleimani, embora não se saiba se foram realizados ao mesmo tempo e, ainda menos, o que impediu que as duas operações tivessem o mesmo desfecho.

Algumas das fontes ouvidas pelo “Washington Post” afirmaram que, se tivesse sido bem sucedido, o ataque prejudicaria, de facto, a capacidade do Irão de continuar a apoiar diferentes forças nos vários conflitos em que está envolvido, mas outras consideraram-no demasiado “arriscado”, no sentido em que poderia desembocar na guerra que a administração norte-americana diz estar a tentar evitar.

O Pentágono não quis confirmar o ataque a Abdul Reza Shahlai, mas uma porta-voz, Rebecca Rebarich, afirmou que se “sabe há muito que o Irão é um lugar seguro para terroristas e outros adversários dos EUA”.

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