Canadá diz ter provas de que avião ucraniano foi abatido por míssil iraniano

Míssil “pode não ter sido lançado intencionalmente”, afirmou Justin Trudeau, primeiro-ministro canadiano
Míssil “pode não ter sido lançado intencionalmente”, afirmou Justin Trudeau, primeiro-ministro canadiano
Justin Trudeau, primeiro-ministro canadiano, disse na quinta-feira que os serviços de informações canadianos sabem, através de fontes próprias, que o voo 752 da Ukrainian International Airlines "foi abatido por um míssil terra-ar" iraniano, mas adverte que esse míssil "pode não ter sido lançado intencionalmente". A notícia está a ser avançada pela CNN.
As declarações do líder do Governo do Canadá seguem-se a notícias divulgadas nesta quinta-feira, com base em fontes ocidentais e iraquianas, dando conta de que o Boeing que se despenhou esta quarta-feira oito minutos após ter descolado de Teerão terá sido abatido acidentalmente por um míssil iraniano terra-ar. O avião, com destino a Kiev, na Ucrânia, caiu logo após a descolagem da capital do Irão, matando as 176 pessoas que seguiam a bordo. A causa do acidente avançada inicialmente apontava para que o aparelho teria sofrido uma avaria técnica, mas estão agora a ser avançadas outras possíveis explicações.
As autoridades iranianas rejeitam a tese de que a aeronave tenha sido abatida por um míssil e o Presidente iraniano prometeu esta quinta-feira à Ucrânia uma investigação objetiva sobre as causas do desastre aéreo. Hassan Rohani fez esta promessa durante uma conversa telefónica com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelenskiy.
"Rohani assegurou que o Irão irá proporcionar aos peritos ucranianos acesso a todas as informações necessárias", acrescentou a nota oficial divulgada pela Presidência da Ucrânia, país que enviou para Teerão uma equipa de 45 investigadores para participar no inquérito em curso.
A Ucrânia já tinha pedido esta quinta-feira ao Ocidente que fornecesse "provas" que possam ajudar na investigação sobre o desastre aéreo. "O nosso país tem todo o interesse de que a verdade seja estabelecida. É por isso que apelamos aos parceiros ocidentais da Ucrânia: se têm provas que irão ajudar na investigação, pedimos que as forneçam", disse a Presidência ucraniana, num comunicado.
O Boeing 737 despenhou-se algumas horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional anti-jiadista liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de retaliação pela morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque em Bagdad ordenado por Washington na sexta-feira passada.
No voo seguiam 82 passageiros iranianos, 63 canadianos, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt