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“Falha técnica”, “ataque com míssil”, “colisão com drone”, “terrorismo” e outras possíveis causas da queda de avião ucraniano

“Falha técnica”, “ataque com míssil”, “colisão com drone”, “terrorismo” e outras possíveis causas da queda de avião ucraniano
ROUHOLLAH VAHDATI/GETTY IMAGES

De fonte segura sabe-se que o avião que se despenhou no Irão com 176 pessoas a bordo pegou fogo quando estava no ar e voava de volta ao aeroporto quando se despenhou, sem ter havido pedidos de ajuda, mas isso explica pouco e várias hipóteses estão a ser ponderadas pelas autoridades ucranianas, como a “destruição do avião por um míssil” ou a sua “colisão com um drone ou outro objeto voador”. Também não é descartada a possibilidade de alguém se ter feito explodir dentro do avião, num “ato terrorista”

“Falha técnica”, “ataque com míssil”, “colisão com drone”, “terrorismo” e outras possíveis causas da queda de avião ucraniano

Helena Bento

Jornalista

Alguns meios de comunicação iranianos começaram por assumir que o avião da Ukrainian Airlines com 176 pessoas caiu pouco tempo depois de ter descolado do aeroporto internacional Imam Khomeini, em Teerão, devido a “problemas técnicos”, mas entretanto foram avançadas outras hipóteses, incluindo a possibilidade, não tão remota assim, de a aeronave ter sido atingida por um míssil. Isso mesmo adiantou esta quinta-feira o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa iraniano, numa mensagem publicada nas redes sociais.

Ali, explicou que as autoridades ucranianas estão a investigar várias causas para a queda do avião e listou-as: incluem a “destruição do avião por um míssil”, havendo “informações ainda não corroboradas de que foram encontrados fragmentos de um míssil russo perto do local” onde o avião viria a despedaçar-se, “colisão com drone ou outro objeto voador”, “colapso e explosão do motor da aeronave por razões técnicas” e explosão provocada no interior do avião “em resultado de um ato terrorista”.

Avião pegou fogo depois de ter descolado do aeroporto no Irão

Esta quinta-feira, as autoridades ucranianas e iranianas vão reunir-se, adiantou ainda Oleksiy Danilov, esclarecendo que a comissão formada para investigar o incidente inclui especialistas que participaram na investigação à queda do avião da Malaysia Airlines que fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur, em julho de 2014, com 298 pessoas a bordo, e viria a perceber-se ter sido abatido (foram acusados em 2019 quatro homens, três russos e um ucraniano, que vão ser ouvidos em tribunal em março deste ano).

O que se sabe, até agora, é que o avião transformou-se numa bola de fogo depois de ter levantado voo e que aqueles que o pilotavam ainda tentaram inverter a direção da aeronave de modo a voltar para o aeroporto, mas em vão. As informações constam de um relatório preliminar da investigação iraniana divulgado esta quinta-feira pela organização de aviação civil do Irão, segundo o qual não foi efetuado qualquer pedido de ajuda. Nenhum dos 176 passageiros (82 iranianos, 63 canadianos, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos) sobreviveu.

Irão convidou Suécia e Canadá a participar na investigação

A resposta ao que aconteceu, ou pelo menos a algumas das dúvidas mais fulcrais estará nas caixas negras do avião, entretanto recuperadas, mas o regime iraniano já afirmou que não irá partilhar qualquer informação nem com os EUA nem com a Boeing, fabricante do avião. “Não vamos entregar as caixas negras ao fabricante [Boeing] e aos americanos”, afirmou o chefe da organização de aviação civil do Irão, Ali Abedzadeh, citado pela agência de notícias Mehr. “Ainda não sabemos em que país as caixas negras vão ser analisadas”, acrescentou.

Não é obrigado a fazê-lo à luz das normas internacionais, conforme explicou à CNN um antigo dirigente da Administração Federal de Aviação dos EUA, sendo apenas mandatória a participação da Ucrânia na investigação, como país onde está registada a aeronave (modelo 737-800) e a operadora. Ainda assim, “não há forma de o Irão se recusar a trabalhar com a Boeing”, sublinhou o antigo dirigente, justificando: “É a Boeing que tem toda a informação, que tem todos os técnicos, e que conhece o avião.”

Mais cooperantes mostraram-se as autoridades iranianas com países como a Suécia e o Canadá, que foram convidados a participar na investigação, de acordo com um comunicado divulgado esta quinta-feira pela organização de aviação civil iraniana.

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