Internacional

Austrália. Para salvar pandas e macacos do fogo, diretor de zoo levou-os para a sua própria casa

A cidade de Mogo, na Austrália, foi devastada pelas chamas
A cidade de Mogo, na Austrália, foi devastada pelas chamas
REUTERS

Graças a bom planeamento e a muito esforço e vontade, os 15 funcionários conseguiram proteger os duzentos animais que têm a seu cargo no zoológico de Mogo

Luís M. Faria

Jornalista

Um pequeno zoo em Mogo, uma cidade na costa sul de Nova Gales do Sul (Austrália) conseguiu salvar duas centenas de animais quando os fogos florestais descontrolados avançavam sobre a cidade.

O esforço, que foi planeado antecipadamente, envolveu 15 funcionários do zoo. O próprio diretor chegou mesmo a acolher pandas e macacos raros em sua casa. Animais maiores, como tigres e leões, ficaram nas tocas onde habitualmente passam a noite, com o solo continuamente a ser regado pelos funcionários, que também iam apagando pequenos fogos que deflagravam.

Falando mais tarde à cadeia de televisão ABC, o diretor do jardim zoológico, Chad Staples, recordou: "Era como o Armagedão. Negro como a meia-noite, com toques de vermelho. Houve apelos à evacuação da cidade por volta das seis da manhã, mas o plano do zoo foi sempre defender o sítio, pois podemos torná-lo seguro para os animais".

"Graças à extraordinária equipa que os ama como se fossem família, conseguimos fazê-lo", disse Staples. "Tínhamos funcionários em cada canto a garantir que todos os animais estavam a salvo. Foi o inferno. Ainda podemos ver as chamas do lado oposto onde nos encontramos."

Com 32 hectares de mato, o santuário animal de Mogo alberga não só a maior coleção de primatas no país, como uma variedade de outras espécies, entre as quais girafas, rinocerontes e leopardos, segundo o "Daily Mail Australia".

A pequena cidade foi destruída na terça-feira, e muitos fogos permanecem em atividade na área, e implicam risco de vida, explicou o serviço de combate aos incêndios rurais.

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