Pelosi aciona votação para impeachment a Trump: “Ninguém está acima da lei na América”
“É a nossa democracia que está em causa. O Presidente não nos deixa outra alternativa, porque ele está a tentar corromper, outra vez, a eleição em seu benefício”
“É a nossa democracia que está em causa. O Presidente não nos deixa outra alternativa, porque ele está a tentar corromper, outra vez, a eleição em seu benefício”
A presidente da Câmara dos Representantes pediu àquele órgão para redigir os artigos para se proceder, até ao Natal, à votação do impeachment contra Donald Trump, conta a CNN.
Nancy Pelosi, numa declaração ao início da tarde, referiu que “ninguém está acima da lei na América” e que Trump “abusou do seu poder”. E garantiu: "É a nossa democracia que está em causa. O Presidente não nos deixa outra alternativa, porque ele está a tentar corromper, outra vez, a eleição em seu benefício".
Pelosi esteve reunida, quarta-feira, com os representantes Democratas a quem perguntou se estavam prontos para avançar na redação dos artigos de impeachment contra o Presidente, com base no resultado das audições de inquérito feitas até agora, no momento em que o processo passou do Comité dos Serviços de Informações para o Comité Judiciário.
Antes dessa declaração, Donald Trump esteve no Twitter a dar troco aos democratas. "Eles não têm um caso para impeachment e estão a prejudicar o nosso país", escreveu naquela rede social. "Mas nada lhes importa, estão loucos. Por isso, se é para o fazer [impeachment], façam-no agora, rápido, para que possamos ter um julgamento justo no Senado, e para que o nosso país possa voltar ao que interessa."
De acordo com elementos presentes nessa reunião, à porta fechada, Pelosi recebeu como resposta um retumbante ‘sim’, num sinal evidente de que os Democratas querem rapidamente discutir, aprovar - é necessária uma maioria simples na Câmara de Representantes - e enviar para o Senado uma lista de artigos de impeachment.
Na quarta-feira, três dos quatro especialistas em Direito Constitucional ouvidos pelo Comité Judiciário consideraram que as tentativas de Donald Trump para pressionar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, a investigar o filho de um seu rival político, Joe Biden, são motivo suficiente para destituição.
O quarto jurista, o único convocado pelos Republicanos, alertou para as falhas do inquérito de destituição, considerando que ele apresenta riscos, por estar demasiado baseado em informações em segunda mão.
Os artigos de destituição deverão referir que Donald Trump procurou obter ganhos políticos pessoais, para a sua recandidatura presidencial em 2020, abusando do exercício do seu cargo na Casa Branca, ao ameaçar reter uma importante ajuda financeira à Ucrânia se o Governo de Zelenskiy não investigasse o filho do seu adversário eleitoral.
Mas este argumento está a dividir profundamente os dois partidos no Congresso, com os Democratas a dizer que não existem dúvidas sobre os factos que sustentam o impeachment e os Republicanos a alinharem com a tese de Trump de que tudo não passa de uma “caça às bruxas” motivada politicamente para fragilizar as ambições eleitorais do Presidente.
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