Internacional

60 médicos avisam: Julian Assange pode morrer

60 médicos avisam: Julian Assange pode morrer
Jack Taylor/GETTY

O fundador da Wikileaks, atualmente preso em Londres enquanto espera a decisão do pedido de extradição dos EUA, sofre de depressão e outros problemas

Luís M. Faria

Jornalista

Sessenta médicos de vários países assinaram uma carta-aberta onde avisam que Julian Assange está em risco de vida a apelam à sua transferência imediata da prisão de alta-segurança onde se encontra para um estabelecimento onde possa receber tratamento mais adequado.

Na carta, formalmente enviada à secretária do Interior Priti Patel e publicada no site da Wikileaks, a organização fundada por Assange, médicos oriundos do Reino Unido, de vários países do continente europeu, da Austrália e do Sri Lanka citam informações disponíveis sobre o estado de saúde de Assange, incluindo um relatório do rapporteur para a tortura da ONU, onde se lê que "a exposição continuada a arbitrariedade e abuso poderão em breve" custar a vida a Assange.

O risco maior parece ser a depressão de que ele sofre, após sete anos fechado na embaixada do Equador e o período subsequente encarcerado no Reino Unido, primeiro a cumprir pena por ter fugido à justiça e agora em prisão preventiva enquanto aguarda a decisão do pedido de extradição dos EUA. Além da doença mental, também há problemas dentais e uma condição num ombro que é descrita como séria.

Ao longo do tempo que Assange esteve refugiado na embaixada a tentar escapar à extradição, originalmente pedida pela Suécia por alegada violação - esse caso acabou por ser abandonado há dias, devido a um "enfraquecimento" das provas, mas o pedido de extradição dos EUA manteve-se, e a próxima audiência é em fevereiro - as autoridades britânicas recusaram sempre permitir que ele recebesse cuidados médicos num hospital sem garantir que não seria preso.

"Dado o rápido declínio da sua saúde na prisão de Belmarsh, Julian Assange deve ser imediatamente transferido para um hospital-escola universitário para receber cuidados médicos adequados e especializados", diz uma das signatárias da carta, a psicóloga clínica Lissa Johnson.

"Se o governo britânico não acolher a recomendação dos médicos para tratar urgentemente de uma tal transferência por razões médicas, existe uma possibilidade muito real de que o senhor Assange morra", conclui Johnson.

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