Albert Rivera anunciou a sua demissão da Comissão Executiva Nacional do Ciudadanos, que reuniu na manhã desta segunda-feira, após o desaire nas eleições gerais deste domingo em Espanha. A informação foi confirmada por fontes presentes na reunião, que decorre em Madrid à porta fechada e posteriormente oficializada em conferência de imprensa.
O partido de centro-direita passou de 57 assentos parlamentares, conquistados nas eleições de 28 de abril, para apenas 10. No total, perdeu mais de dois milhões e meio de votos.
Na última noite, após serem conhecidos os resultados, Rivera anunciou que, após a reunião extraordinária convocada para esta segunda-feira, será realizado um Congresso, também ele extraordinário, para “os militantes tomarem as rédeas do partido”.
Adeus à política
Ao final da manhã desta segunda-feira, Albert Rivera deu uma conferência de imprensa onde anunciou que, para além de abandonar a liderança do Ciudadanos, não irá ocupar o seu lugar de deputado no Parlamento espanhol.
“Em coerência com os meus valores, faço-o pelo bem deste projeto. Quero dar lugar a outro deputado que se apaixone ao entrar pela porta do Congresso. Nunca estive na política preso a uma cadeira”, disse.
Prestes a concluir 40 anos, o político catalão citou um ex-Presidente dos Estados Unidos para revelar preocupação pelo futuro de Espanha. “Dizia Obama: ‘Se para ganhar for necessário dividir as pessoas, o país será ingovernável’. Efetivamente, sinto-me orgulhoso do trabalho que fiz por este país. Como moderado, estou preocupado com o país que precisa agora de ser governado. Àqueles que têm de tomar decisões desejo sorte e muito sucesso. Que não se permita que este país volte ao tempo dos vermelhos [Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE)] e azuis [Partido Popular (PP)]. Ao sectarismo. É o momento de unir os espanhóis.”
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