Pelo menos 70 pessoas morreram e 30 outras ficaram feridas, muitas delas em estado crítico, na sequência do incêndio num comboio no Paquistão, na manhã desta quinta-feira, de acordo com o jornal “The Guardian”, que cita o comissário adjunto da cidade de Multan, Mansoor Ahmed.
O incêndio deflagrou perto de Liaqatpur, na província de Punjab, no comboio que partira de Karachi com destino a Rawalpindi.
“Os feridos foram transportados para o hospital mas, infelizmente, não há um hospital próximo [com uma unidade de queimados]”, pelo que estamos a tentar levá-los de helicóptero para Multan”, disse à Al Jazeera o ministro das Ferrovias, Sheikh Rashid Ahmed, via telefone. As carruagens afetadas estavam “sobrelotadas”, acrescentou o governante, que advertiu que o número de mortos pode subir.
Ainda segundo o ministro, “o fogo está sob controlo, o serviço ferroviário foi retomado e o trabalho de resgate está concluído”.
Sistema ainda assenta em infraestruturas da era colonial
O fogo ocorreu quando passageiros usavam dois fogões a gás portáteis para preparar o pequeno-almoço. “Um dos fogões explodiu, causando o incêndio, e o outro explodiu em seguida”, revelou Faisal Niaz, um funcionário do gabinete do Governo paquistanês.
O velho sistema ferroviário do Paquistão ainda assenta, em muitas áreas, em infraestruturas da era colonial e os acidentes têm sido frequentes nos últimos anos, recorda a Al Jazeera.
“Esta é uma tragédia que poderia ter sido evitada mas, desde que me lembro de viajar de comboio, não foram impostas verificações de bagagem ou restrições”, lamentou o ministro paquistanês dos Direitos Humanos, Shireen Mazari, após o acidente desta manhã.
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