Internacional

Liga Árabe decide "medidas urgentes" de represália contra "agressão turca" à Síria

Ativistas Curdos protestam na Alemanha contra os ataques militares turcos no norte da Síria
Ativistas Curdos protestam na Alemanha contra os ataques militares turcos no norte da Síria
THOMAS BANNEYER

Os ministros consideraram que a ofensiva de Ancara representa "uma ameaça direta à segurança nacional dos países árabes e internacional" e "contraria as normas internacionais".

Lusa

Os chefes das diplomacias dos Estados-membros da Liga Árabe adotaram hoje "medidas urgentes" contra o que chamam de "agressão turca" contra o nordeste da Síria, onde Ancara lançou uma operação militar na quarta-feira contra milícias curdas, que consideram terroristas.

De acordo com o comunicado, divulgado hoje no final de uma reunião de emergência realizada na sede da Liga Árabe, no Cairo, os ministros analisaram, entre outras medidas, "reduzir as relações diplomáticas, suspender a cooperação militar e rever as relações económicas, culturais e turísticas" com a Turquia.

Alguns países, como o Egito, Arábia Saudita e outras monarquias do Golfo Pérsico, já tinham relações muito tensas com o governo do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, de tendência islâmica e aliado do grupo da Irmandade Muçulmana, considerada terrorista pelo Cairo.

Os ministros consideraram que a ofensiva de Ancara representa "uma ameaça direta à segurança nacional dos países árabes e internacional" e "contraria as normas internacionais".

Por isso, pediram à Turquia que pare com a "agressão" e "se retire imediata e incondicionalmente de todos os territórios sírios", enquanto consideraram "legítimos" os esforços da Síria para responder ao ataque turco.

A Liga Árabe também manifestou a "sua firme rejeição a qualquer tentativa turca de impor mudanças demográficas na Síria através da força dentro da estrutura da chamada zona de segurança", referindo-se à ampla faixa de fronteira entre os dois países, que a Turquia deseja controlar para prevenir a criação de uma autónoma curda.

Atualmente, essa área de cerca de 480 quilómetros de extensão e 30 de largura é atualmente controlada pelas autoridades e forças curdas, consideradas terroristas por Ancara (capital da Turquia) pelas suas ligações com os guerrilheiros curdos que operam em solo turco há décadas.

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