O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, acusou esta terça-feira os democratas de ‘bullying’ à sua equipa como parte dos procedimentos de ‘impeachment’ contra o Presidente Donald Trump. Pompeo escreveu no Twitter que os pedidos para cinco funcionários da Administração comparecerem perante uma comissão da Câmara dos Representantes “não são viáveis”.
O Partido Democrata, que detém a maioria na câmara baixa do Congresso, deu início à investigação para apurar se Trump pressionou o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para obter ganhos pessoais. Como parte do processo iniciado, os democratas têm emitido intimações relacionadas com uma conversa telefónica entre os dois líderes. O telefonema desencadeou uma queixa formal de um denunciante que, por sua vez, conduziu à abertura do processo de destituição presidencial.
Uma transcrição da conversa, publicada na semana passada, indicou que Trump instou Zelensky a investigar alegações contra o ex-vice-Presidente Joe Biden, candidato à nomeação democrata para as eleições do próximo ano, e o seu filho Hunter Biden.
Na segunda-feira, a imprensa americana noticiou que Pompeo estava presente durante aquela conversa telefónica de julho. O secretário de Estado já tinha recebido uma intimação dos democratas.
“Tentativa de intimidar e tratar indevidamente distintos profissionais”
Para Pompeo, os pedidos do presidente da comissão de Relações Exteriores, Eliot Engel, só podem ser entendidos como “uma tentativa de intimidar, de fazer ‘bullying’ e tratar indevidamente distintos profissionais do Departamento de Estado”. “Não vou tolerar estas táticas e usarei todos os meios à minha disposição para impedir e expor quaisquer tentativas de intimidar os profissionais dedicados que me orgulho de liderar”, acrescentou.
Os democratas exigiram que cinco funcionários daquele departamento comparecessem neste mês de outubro para depor por “terem conhecimento direto do assunto”. Entre eles estão o antigo embaixador dos EUA na Ucrânia e o enviado especial de Trump ao país.
Não cumprimento é “ilegal” e constituirá “prova de obstrução”, avisam democratas
Pompeo acusa Engel de não fornecer às testemunhas e ao Departamento de Estado tempo suficiente para se prepararem. O secretário de Estado diz que a comissão parece estar a tentar contornar “o interesse constitucional inquestionavelmente legítimo” da Casa Branca de “proteger informações potencialmente privilegiadas relacionadas com a condução das relações diplomáticas”.
Em resposta às queixas de Pompeo, três presidentes de comissões da Câmara de Representantes sublinharam que o não cumprimento dos pedidos de comparência é “ilegal” e constituirá “prova de obstrução”. O secretário de Estado “deve deixar imediatamente de intimidar testemunhas do departamento para se proteger a si e ao Presidente”, acrescentam numa carta assinada por Engel e pelos presidentes das comissões de Informação, Adam Schiff, e de Supervisão, Elijah Cummings.
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