A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, vai reunir-se esta quinta-feira com alguns elementos da população numa tentativa de resolver a crise política resultante dos protestos pró-democracia que se arrastam desde junho.
Será montado um forte dispositivo de segurança no Estádio Rainha Isabel, em Wan Chai, onde Carrie Lam irá ouvir a partir das 19h locais (12h em Lisboa) as opiniões de 150 cidadãos previamente selecionados. A partir da tarde será proibido estacionar viaturas junto ao local, enquanto as escolas situadas nas proximidades encerraram hoje mais cedo, refere o “The Standard”.
Nos últimos quatro meses, a chefe do executivo de Hong Kong tem insistido que a proposta de lei que prevê extradições de fugitivos para a China se justifica para “colmatar algumas lacunas legais”, negando ainda que constitua uma concessão para a China e que irá ameaçar as liberdades individuais dos cidadãos.
A chefe do executivo de Hong Kong defendeu também que as manifestações que resultaram em várias detenções causaram consequências graves a nível económico, afetando sobretudo os sectores do retalho, da alimentação e do turismo.
Pelo meio, Carrie Lam garantiu ainda que a prioridade era “parar com a violência” e não fazer concessões políticas. No entanto,a governante parece ter recuado quando se manifestou disponível para se reunir agora com os cidadãos.
“O diálogo vai triunfar sobre o conflito”
Num artigo de opinião publicado na quarta-feira no “The New York Times”, a chefe do executivo de Hong Kong admitiu estar confiante quanto às conversações com a população.
“Feridas profundas estão abertas na nossa sociedade e isso leva tempo a curar. Mas estou a ouvir. Continuamos a ter esperança no Governo que o diálogo vai triunfar sobre o conflito, a calma pode ser restaurada e a confiança pode ser reconstruída na comunidade”, escreveu Carrie Lam.
Os manifestantes consideram que se a nova legislação for aprovada constituirá um retrocesso, podendo os condenados em fuga da antiga colónia britânica serem vítimas de perseguição política e de violação de Direitos Humanos e mesmo ameaças à segurança pessoal se forem detidos na China.
O Governo chinês denunciou, por sua vez, a alegada intervenção de forças estrangeiras nas manifestações que decorrem em Hong Kong e recusou também que a medida vise ameaçar as liberdades individuais dos cidadãos de Hong Kong, acusando, por sua vez, a comunidade internacional de manchar a imagem do país.
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