Internacional

"Façam amor, não façam CO2”. O ambiente toma conta do dia mundial da paz 

No Dia Internacional da Paz, todos os caminhos vão dar à luta global pela defesa do clima. Manifestações em vários pontos do globo. Confrontos em Paris

O Dia Internacional da Paz renova anualmente, a 21 de setembro, o compromisso do mundo com a paz. Este sábado, coincide com os protestos climáticos globais e tudo pode ser resumido num simples cartaz onde se lê: “Façam amor, não façam CO2”.

A frase, escolhida por um dos manifestantes da marcha mundial pelo clima, é apenas um dos slogans desta causa ambiental que uniu sexta-feira centenas de milhares de pessoas em cidades de 150 países. Em São Paulo, por exemplo, ainda com os incêndios na Amazónia bem presentes, os jovens estudantes brasileiros optaram por entoar “se você não parar não vai dar pra respirar”.

Hoje, 38 anos depois da criação do dia internacional da paz, pelas ONU, a luta continua, na Cimeira da Ação Climática para a Juventude, a decorrer em Nova Iorque, precisamente na sede das Nações Unidas, com a participação de Greta Thunberg, a jovem activista sueca de 16 anos que inspirou a realização de uma greve geral pelo clima, a 27 de setembro, e já foi nomeada para Prémio Nobel da Paz.

Na abertura da conferência, António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), falou de um “conflito sério entre pessoas e natureza”, alertando que “pode ser absolutamente destrutivo para o futuro das nossas comunidades e das nossas sociedades”.

O encontro com os jovens para tentar salvar o planeta terá continuidade, segunda-feira, ao nível senior, com uma reunião de líderes de todo o mundo, em que deverá marcar presença o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Nesta Cimeira da Ação Climática está prevista a apresentação de projetos ambientais e iniciativas a nível internacional para o cumprimento do Acordo de Paris, alcançado em 2015, e da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, tendo como meta a redução das emissões de dióxido de carbono em 45% na próxima década e a neutralidade carbónica em 2050.

Em Paris, a luta também continuou hoje, com uma nova marcha pelo clima e pela justiça social marcada por incidentes e mais de 150 detenções, depois de um grupo de manifestantes de extrema-esquerda que participava em mais um protesto de coletes amarelos se ter juntado à Marcha pelo Clima vandalizando contentores de lixo e estabelecimentos comerciais, provocando desacatos com a polícia que respondeu com gás lacrimogéneo.

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