O líder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) no estado federado da Turíngia, Björn Höcke, abandonou uma entrevista televisiva após ter sido comparado a Adolf Hitler. O político do AfD ameaçou ainda o pivot que conduzia a entrevista – que foi emitida no domingo na estação de televisão estatal ZDF –, prometendo no futuro ter mais poder no país.
Foi logo ao início da entrevista que Björn Höcke se exaltou após ter sido divulgado um vídeo em que vários membros dos seu partido foram desafiados a responder se uma citação pertencia ao líder do AfD ou a Hitler. Cerca de 10 minutos depois, o político foi aconselhado pelo seu assessor a pedir para recomeçar a entrevista, alegando que ficou “fortemente afetado emocionalmente” pelo teor da comparação.
Depois de a estação ter recusado recomeçar a entrevista, o líder do AfD no estado federado da Turíngia – da ala mais radical do partido – virou-se para o jornalista que conduzia a emissão e ameaçou-o com “consequências graves” no futuro quando conquistar mais poder no país. “Eu ainda vou ser uma personalidade politicamente muito interessante neste país”, rematou.
Esta não é a primeira vez que Björn Höcke surge envolvido em polémicas. Em janeiro de 2017, o político do AfD afirmou em ue o Memorial do Holocausto era “um monumento da vergonha no coração da capital” e criticou o arrependimento da Alemanha em relação ao nazismo, defendendo uma “atitude mais positiva” em relação à História da Alemanha. Na altura, a ala mais moderada do partido condenou tais declarações e chegou mesmo a ponderar retirá-lo do cargo.
Dez meses depois, um grupo de artistas e ativistas alemães construiu uma réplica do Memorial do Holocausto junto à casa do polémico líder da extrema-direita em Bornhagen.
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