Internacional

Parlamento britânico aprova moção que exige ao Governo a revelação de planos para o Brexit e comunicações entre membros do gabinete de Boris

Dominic Grieve
Dominic Grieve
OLI SCARFF/Getty Images

Moção foi aprovada por 311 deputados e passou no Parlamento com uma margem de nove votos

Por uma margem de nove votos, os deputados britânicos aprovaram na tarde desta segunda-feira a proposta avançada por Dominic Grieve, que exige ao Governo a revelação pública de documentação com os planos para o Brexit sem acordo, bem como das comunicações entre membros do gabinete do primeiro-ministro relativas a este tema e ao pedido de suspensão do Parlamento. A proposta recebeu a “luz verde” com 311 votos a favor e 302 contra.

Com a aprovação da moção do antigo deputado conservador, independente desde que foi expulso do partido por votar contra o Governo, Boris Johnson averba a quarta derrota em votações no Parlamento britânico desde que assumiu a liderança do Executivo. Este fica obrigado a revelar toda a documentação abrangida no texto da moção, incluindo aquelas que foram trocadas por David Cummings, chefe de gabinete do primeiro-ministro, e por oito outros membros da equipa de conselheiros próximos de Johnson.

A informação exigida pelo Parlamento abrange mensagens enviadas por WhatsApp e e-mails trocados desde 23 de julho de 2019 a propósito do pedido de suspensão do Parlamento, bem como comunicações respeitantes à operação “Yellowhammer”, que inclui os planos de contigência relacionados com a saída desordenada, sem acordo, do Reino Unido da UE. A informação em causa terá de ser enviada aos deputados até 11 de setembro, isto é, a próxima quarta-feira, mas é duvidoso que o Governo venha a cumprir esta exigência.

Por um lado, pelo menos parte dos documentos relativos aos planos de contigência serão divulgados. Quanto à revelação das comunicações entre membros da equipa do número 10 de Downing Street, Geoffrey Cox, procurador geral, afirmou que o Governo pode não ter suporte legal para fazê-lo, mesmo que pretenda aceder às exigências do Parlamento. O Governo considera a informação solicitada “desproporcional e inédita”.

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