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Trump quer comprar a Gronelândia para projeto imobiliário

Trump quer comprar a Gronelândia para projeto imobiliário
Jabin Botsford/The Washington Post/Getty Images

Apesar de as autoridades do território semi-autónomo da Dinamarca reclamarem que a Gronelândia não está à venda, o Presidente norte-americano não esmorece no seu interesse aquisitivo. “Seria essencialmente um negócio de imobiliário”, diz Trump

Trump quer comprar a Gronelândia para projeto imobiliário

Cristina Peres

Jornalista de Internacional

A notícia foi recebida com uma gargalhada pela maioria dos países e com verdadeira indignação por parte dos visados, a saber, a Gronelândia e a Dinamarca. Porém, a vontade expressa pelo Presidente norte-americano na semana passada foi confirmada este domingo pela Casa Branca na pessoa do conselheiro para a economia. Larry Kudlow falava durante uma entrevista à Fox News, antecipando-se por pouco às declarações que Trump fez aos jornalistas.

Quando falava numa conferência de imprensa no regresso de férias a caminho de Washington, mas ainda em New Jersey, o Presidente americano explicou no domingo que o “conceito surgira” quando "olhava para o país”. Resolveu que os Estados Unidos deveriam fazer uma tentativa de comprar a Gronelândia “por razões estratégicas”, ainda que não fosse “a sua maior prioridade”.

O plano de Trump associa a compra por parte dos EUA da maior ilha do planeta (excluindo a Austrália) à sua grande especialidade pessoal, o negócio imobiliário. “Essencialmente, a Dinamarca é dona da Gronelândia. Nós somos bons aliados da Dinamarca, protegemos a Dinamarca como protegemos grandes partes do mundo. Estrategicamente é interessante e nós falaremos com eles um bocado”, disse Trump.

Imobiliário, estratégia, "pode fazer-se muita coisa"

Ambos os países são membros da NATO, pelo que há manobras frequentes desde há décadas dos EUA na Base Aérea de Thula, na Gronelândia. É o ponto mais a norte do planeta onde os EUA estão instalados e faz parte de uma rede global de radares e sensores para avisos de míssil e vigilância do espaço.

Na ocasião, Trump discorreu ainda com brevidade sobre as "somas astronómicas" que a Dinamarca gasta com a Gronelândia sem apresentar nenhum fundamento, assim sugerindo que a venda daquele territórios aos Estados Unidos seria um alívio para o país escandinavo.

“Pode fazer-se muita coisa”, disse Trump no domingo. “Trata-se essencialmente de um plano de imobiliário, mas pode fazer-se muita coisa”, repetiu, quando tem planeada uma visita oficial a vários países europeus em setembro, entre os quais a Dinamarca.

A Gronelândia não está à venda. A Gronelândia não é dinamarquesa. A Gronelândia pertence à Gronelândia. Eu espero bem que isto não seja dito a sério”, declarou, no mesmo dia, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen ao jornal “Sermitsiaq”.

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