Internacional

Glenn Greenwald nega ter apresentado pedido de 'habeas corpus' no Supremo Tribunal brasileiro

Glenn Greenwald nega ter apresentado pedido de 'habeas corpus' no Supremo Tribunal brasileiro
LUCAS LANDAU/REUTERS

O jornalista norte-americano diz que confia na constituição do Brasil. O autor do pedido foi um advogado que tem uma ONG

Luís M. Faria

Jornalista

A notícia agitou o Brasil na terça-feira. Glenn Greenwald, jornalista norte-americano residente no país e diretor do Intercept, o site que tem vindo a publicar as comunicações confidenciais entre o juiz Sérgio Moro e os procuradores do Lava-Jato, teria interposto um pedido de 'habeas corpus' junto do Supremo Tribunal Federal.

Quem fez correr originalmente a história foi um colunista do jornal O Globo, Ancelmo Góis. Segundo o que escreveu no seu blogue, Greenwald teria entrado com um "'habeas corpus' preventivo no STF, para evitar uma possível prisão ou deportação". Para fundamentar o pedido, Greenwald teria citado "a portaria 666, editada pelo ministro Sergio Moro em 25 de julho, que trata do ‘ingresso, a repatriação e a deportação sumária de pessoa perigosa ou que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal'".

Greenwald não seria o único a achar que essa portaria foi emitida a pensar nele. Grande parte dos comentadores pensa o mesmo, e o facto de o próprio presidente Jair Bolsonaro o ter ameaçado com a perspetiva de vir a "pegar uma cana aqui no Brasil" aponta no mesmo sentido. Mas a notícia agora publicada é falsa.

"Não fiz o pedido de 'habeas corpus'", acaba de anunciar Greenwald no Twitter. "Alguém fez no meu nome, sem minha autorização ou conhecimento. Meus advogados já estão avisando o STF que não queremos ou precisamos (do recurso). Acredito na Constituição Brasileira e na liberdade de imprensa.”

O pedido de 'habeas corpus' parece ser obra de Rubens Rodrigues Francisco, um advogado que no site da sua ONG, Provítimas, fornece um modelo de recurso aos cidadãos que desejem pedir a libertação do ex-presidente Lula da Silva.

Em relação a esse caso, a prática do STF tem sido rejeitar quaisquer pedidos que não venham do próprio Lula. O mais provável é que faça o mesmo tratando-se de Greenwald. Para já, sabe-se que o pedido foi recebido.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate