Internacional

Suspeito neonazi confessa homicídio de autarca alemão pró-refugiados

Apesar de o homicida confesso ter garantido que agiu sozinho, as autoridades alemãs não descartam que o indivíduo tenha contado com a ajuda de cúmplices no crime. Apurar esse aspeto será agora a prioridade dos investigadores

Suspeito neonazi confessa homicídio de autarca alemão pró-refugiados

Liliana Coelho

Jornalista

O homem suspeito de ter assassinado um autarca germânico, defensor de políticas pró-refugiados, confessou esta quarta-feira o crime ocorrido no passado dia 2 de junho nos subúrbios de Kassel, na Alemanha.

Segundo o ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, o neonazi Stephan Ernst – que já contava com antecedentes criminais – justificou o homicídio face às políticas a favor dos refugiados defendidas pelo autarca alemão.

Apesar de o homicida confesso ter garantido que agiu sozinho, as autoridades não descartam que o indivíduo tenha contado com a ajuda de cúmplices extremistas. Nesta altura, a prioridade da meia centena de investigadores envolvidos no inquérito deste caso é descobrir possíveis novos suspeitos.

“A investigação deste assassinato motivado por questões políticas ainda não está concluída. Faremos tudo o que for humanamente possível para apurar os contornos deste terrível ato e descobrir se houve cúmplices”, declarou Horst Seehofer.

Simpatizante de políticas de extrema-direita, Stephan Ernst, de 45 anos, é acusado do crime de homicídio motivado por motivos políticos, e foi detido duas semanas depois do assassinato de Walter Lübcke, de 65 anos. As autoridades chegaram rapidamente ao suspeito após a análise de amostras do ADN encontrado no local do crime.

O autor confesso do homicídio já contava com um vasto historial de crimes, que incluía posse ilegal de armas e várias agressões. Em 1993, chegou a ser condenado a 10 anos de prisão após ter colocado uma bomba junto de um campo de refugiados, além de ter sido responsável por desacatos em marchas neonazis.

Walter Lübcke era membro do da União Democrata-Cristã (CDU) e presidente da câmara de Kassel. Desde sempre, o político defendeu a necessidade de a Alemanha acolher os migrantes e refugiados que fogem em situações extremas dos seus países, em linha com a política de 'porta-aberta' defendida pela chanceler Angela Merkel. Tal atitude levou-o muitas vezes a receber ameaças de morte desde que assumira a liderança da autarquia.

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