Internacional

O chefe de Governo mais jovem do mundo caiu na Áustria

O chefe de Governo mais jovem do mundo caiu na Áustria
CHRISTIAN BRUNA/EPA

Extrema-direita e esquerda juntaram-se no Parlamento para aprovar moção de censura ao Governo de Sebastian Kurz

O chefe de Governo mais jovem do mundo caiu na Áustria

João Pedro Barros

Editor Online

O Parlamento austríaco aprovou esta segunda-feira uma moção de censura ao Governo liderado por Sebastian Kurz, que irá assim demitir-se esta tarde. A extrema-direita do FPÖ – envolvida nos últimos dias no escândalo Ibiza-gate, que originou a demissão do anterior líder Heinz-Christian Strache e de todos os ministros do partido – juntou-se à esquerda e obriga agora o Presidente da República, Alexander Van der Bellen, a nomear um primeiro-ministro de transição.

Kurz, atualmente com 32 anos, estava no poder desde 2017 e era o mais jovem chefe de Estado do mundo em exercício. A vitória do Partido Popular Austríaco (centro-direita), que lidera, nas eleições europeias deste domingo (com 34% dos votos) não foi o suficiente para evitar a queda do Governo.

O partido ecologista Jetzt foi o autor da moção de censura, que o Partido social-democrata (SPÖ, centro-esquerda), que lidera a oposição, já tinha também anunciado no domingo à noite ir apoiar. Mas na origem de toda esta situação está mesmo o escândalo que dizimou o antigo parceiro de Governo, o FPÖ.

O Ibiza-gate consistiu na divulgação de extratos de um vídeo em que Heinz-Christian Strache negociava apoios para o seu partido com uma suposta sobrinha de um milionário russo, oferecendo em troca a adjudicação de contratos públicos. Já havia eleições legislativas antecipadas convocadas para setembro, mas Kurz ainda tentou criar um governo de transição. Agora, a bola passa para as mãos de Alexander Van der Bellen.

O SPÖ critica o Partido Popular Austríaco por se ter aliado à extrema-direita, justificando assim o apoio à moção. Já o FPÖ afirma ter sido traído pelo ex-parceiro de coligação, que deveria ter assumido uma quota parte do escândalo.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jpbarros@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate