Internacional

Venezuela. Oposição desconhece paradeiro de vice do Parlamento e pede prova de vida

Edgar Zambrano e Juan Guaidó
Edgar Zambrano e Juan Guaidó
Manaure Quintero / Reuters

Edgar Zambrano é acusado pelo governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro de estar envolvido num movimento que a 30 de abril último tentou forçar uma mudança de regime no país

A oposição venezuelana denunciou este dom ingo hoje que o paradeiro do vice-presidente do Parlamento, Edgar Zambrano, não é conhecido há mais de 80 horas e exige uma "prova de vida".

Zambrano é acusado pelo governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro de estar envolvido num movimento que a 30 de abril último tentou forçar uma mudança de regime no país.

A denúncia do desaparecimento de Zambrano foi feita através da rede social Twitter pelo Centro de Comunicação Social, criado recentemente pelo líder da oposição Juan Guaidó, que apela para que o mundo "esteja atento a este novo golpe contra o Parlamento venezuelano e a democracia".

A filha do vice-presidente do Parlamento, Soley Zambrano, divulgou um vídeo exigindo uma "prova de vida", horas depois de vários utilizadores do Twitter afirmarem que Zambrano estaria hospitalizado.

No vídeo gravado este domingo, Soley Zambrano explica que esteve no Forte de Tiuna (a principal base militar de Caracas) e no Helicoide (prisão dos serviços secretos) e que não conseguiu obter qualquer informação. "Às autoridades competentes, exijo uma prova de vida do deputado Edgar Zambrano", afirma Soley Zambrano.

Em 10 de maio, um tribunal com jurisdição em casos de terrorismo ordenou que o vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição detém a maioria, ficasse em prisão preventiva.

Zambrano, que é tido como o braço-direito do presidente do Parlamento e autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, foi acusado de estar envolvido com um grupo de militares e civis que a 30 de abril último declararam apoiar o líder opositor e instaram a população a sair às ruas para apoiar uma mudança de regime.

O Supremo Tribunal de Justiça justificou a detenção de Zambrano pelo "flagrante cometimento dos crimes de traição, conspiração, rebelião civil, usurpação de funções, incitação pública à desobediência das leis e por ódio continuado".

A detenção de Zambrano foi condenada por vários países e organizações, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que expressou na quinta-feira preocupação, referindo que a detenção de opositores dificulta a intenção de se alcançar uma solução negociada para a crise na Venezuela.

O Governo Português condenou, através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado também na quinta-feira, a "detenção arbitrária" do vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, pedindo a sua libertação imediata e que as autoridades se abstenham de "atos provocatórios" que prejudiquem os esforços para uma solução pacifica para crise.

Posição semelhante à da União Europeia que apelou para a "libertação imediata" de Edgar Zambrano, cuja detenção pelos serviços secretos do país considerou a "mais uma flagrante violação" da Constituição.

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