O Presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, informou esta sexta-feira que as autoridades estão à procura de 140 pessoas com possíveis ligações ao Daesh, na sequência dos ataques do domingo de Páscoa que fizeram pelo menos 253 mortos. O chefe de Estado disse que alguns jovens estão envolvidos com o Daesh desde 2013.
Citado pelo jornal “The Guardian”, Sirisena acusou o primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, de enfraquecer os serviços de informação ao focar-se no julgamento de militares por alegados crimes cometidos durante a guerra civil contra os separatistas tâmil. O Presidente também apontou o dedo aos principais chefes da defesa e da polícia por não terem partilhado com ele informações sobre a iminência dos ataques.
Os líderes da comunidade islâmica no Sri Lanka apelaram aos fiéis para que as orações desta sexta-feira fossem realizadas em privado por causa das ameaças de grupos extremistas mas também em solidariedade com os católicos do país, cujas celebrações ainda estão suspensas por razões de segurança.
Número de mortos revisto em baixa
Na quinta-feira, as autoridades reduziram para 253 o número de mortos nos atentados suicidas, uma descida de mais de uma centena de mortos face ao balanço anterior.
Ao terminar as autópsias, o pessoal médico reconheceu que as vítimas mortais, em que se inclui um português, foram contabilizadas mais do que uma vez por se encontrarem desmembradas. A informação consta de um comunicado do Ministério cingalês da Saúde. O número de mortos anterior situava-se nos 359.
Uma série de atentados ocorreu quase em simultâneo no domingo de Páscoa em três hotéis de luxo e três igrejas cristãs da capital do Sri Lanka, Colombo, e de outras cidades do país. Os ataques foram levados a cabo por pelo menos nove suicidas armados com explosivos. Mais tarde, dois outros ataques aconteceram num pequeno hotel situado a uma dezena de quilómetros a sul de Colombo e num complexo residencial na capital.
Ataques atribuídos ao National Thowheeth Jamath
O Governo do Sri Lanka atribuiu a autoria dos atentados, reivindicados pelo grupo extremista Daesh, à organização islamita local National Thowheeth Jamath.
Pelo menos 58 pessoas foram detidas por suspeita de ligações aos atentados, incluindo o pai de dois dos alegados suicidas, revelou a polícia, que pediu informações sobre mais cinco suspeitos, incluindo três mulheres.
Os ataques de domingo são considerados os mais mortíferos no Sri Lanka desde o fim da guerra civil há 10 anos.
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