Duterte promete declarar guerra ao Canadá se este não for buscar o lixo que enviou para as Filipinas
Há muito que os dois países andam a tentar resolver o problema de 103 contentores com plástico não reciclável que Manila recebeu à margem da lei
Há muito que os dois países andam a tentar resolver o problema de 103 contentores com plástico não reciclável que Manila recebeu à margem da lei
Jornalista
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, avisou o seu homólogo Justin Trudeau de que vai "declarar guerra" ao Canadá se este não for buscar as 2.405 toneladas de lixo que uma empresa canadiana enviou para as Filipinas entre 2013 e 2014.
O lixo plástico, que estava classificado como reciclável mas se verificou não o ser, chegou em 103 contentores, alguns dos quais ainda se veem no porto de Manila. Diversas tentativas de resolver o problema não deram fruto até agora, e Duterte resolveu fazer uma das suas declarações tipicamente exageradas.
"Vou declarar-lhes guerra. Vou avisá-los de que o lixo deles está a caminho", disse ele, exigindo ao Canadá que resolva o assunto no prazo de uma semana. "Preparem uma grande recepão. Comam-no, se quiserem"
Há anos que as Filipinas exigem que o Canadá trate do lixo, cujo envio parece ter tido lugar à margem da lei. O primeiro-ministro canadiano disse que está bastante empenhado e falou numa "solução canadiana", mas até agora não se sabe qual é.
A questão do lixo internacional ocupa uma atenção crescente nos media e em fóruns internacionais, em parte graças a reportagens que têm mostrado crianças a brincar ao longo de cursos de água infetados com mercúrio e outras substâncias venenosas em aldeias longínquas de países como a China.
Tendo a China proibido recentemente o "lixo estrangeiro", ele foi redirigido para países vizinhos, onde o problema se repete. O chamado "e-waste", o lixo de aparelhos eletrónicos (computadores, etc), põe questões particularmente urgentes. Leis e acordos que proíbem ou limitam o seu envio para outros países não impedem que a prática se mantenha frequente, dada a receita importante que proporciona a países pobres na Ásia e em África.
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