Internacional

Sobe para 321 o número de mortos em ataques no Sri Lanka

Sobe para 321 o número de mortos em ataques no Sri Lanka
Carl Court/Getty Images

Há cerca de 40 suspeitos presos e o National Thowheed Jamath, um grupo islâmico local praticamente desconhecido, continua a ser a principal pista. O Presidente procura ajuda internacional, enquanto o primeiro-ministro apela à união nacional face à “tragédia indizível” do domingo de Páscoa. Alguns dos mortos dos ataques a igrejas e hotéis foram a enterrar

Sobe para 321 o número de mortos em ataques no Sri Lanka

Hélder Gomes

Jornalista

O número de mortos dos ataques terroristas do domingo de Páscoa no Sri Lanka subiu para 321, segundo um novo balanço feito esta terça-feira e que tem sido revisto nas últimas horas. As autoridades do país revelaram ainda que “cerca de 40 suspeitos” foram presos. O número oficial de feridos dos atentados a igrejas e hotéis de luxo não foi atualizado, continuando nos 500.

Em dia de luto nacional, alguns dos mortos foram a enterrar, enquanto prossegue a investigação aos ataques na capital, Colombo, e noutras duas cidades do país.

O National Thowheed Jamath (NTJ), um grupo islâmico local praticamente desconhecido até agora, continua a ser a principal pista. Mas um porta-voz governamental alegou, esta segunda-feira, haver “uma rede internacional sem a qual estes ataques não poderiam ter sido bem-sucedidos”. “Não acreditamos que tenham sido realizados por um grupo de pessoas confinadas a este país”, sublinhou.

O alerta ignorado

Em comunicado, o Presidente, Maithripala Sirisena, revelou que as autoridades do país solicitaram ajuda internacional para rastrear possíveis ligações entre o NTJ e o exterior. Especialistas em antiterrorismo defenderam que, mesmo que tenha sido um grupo local o responsável direto pelos ataques, é provável que a Al-Qaeda ou o autoproclamado Estado Islâmico tenham estado envolvidos, dado o nível de sofisticação e coordenação.

Segundo um relatório dos serviços de informação, com cerca de duas semanas, a polícia recebeu uma denúncia sobre possíveis ataques a igrejas que terá sido ignorada. A ausência de um plano de contingência após o alerta lançado poderá ser explicada pela contenda entre o primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, e o Presidente. No ano passado, Maithripala Sirisena demitiu Wickremesinghe e colocou Mahinda Rajapaksa, um homem forte da oposição, no seu lugar. Semanas mais tarde, o chefe de Estado viu-se obrigado a reconduzir Wickremesinghe na chefia do Executivo por pressão do Supremo Tribunal. No entanto, a relação entre os dois dirigentes continuou tensa e agravou-se com a proximidade das eleições presidenciais.

“É imperativo que nos mantenhamos unidos”

Entretanto, o primeiro-ministro escreveu no Twitter: “Hoje, como nação, choramos a perda sem sentido de vidas no último domingo de Páscoa.” “Gostaria de agradecer às forças militares e policiais, ao pessoal médico e a todos aqueles que têm trabalhado corajosa e incansavelmente, sem se preocuparem com a sua própria segurança, para garantirem a dos nossos cidadãos. É imperativo que nos mantenhamos unidos enquanto cingaleses perante esta tragédia indizível”, acrescentou.

O Ministério da Defesa anunciou que o Presidente vai encontrar-se com embaixadores estrangeiros e altos comissários para os atualizar sobre os mais recentes desenvolvimentos e procurar ajuda internacional. A CNN avança que as autoridades já estão a investigar os ataques com o apoio de agências como a Interpol e o FBI.

Notícia atualizada às 8h55 com o novo balanço de vítimas dos atentados

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hgomes@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate