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‘Becoming’. Novo livro de Michelle Obama fala de política, romance e tempos conturbados

‘Becoming’. Novo livro de Michelle Obama fala de política, romance e tempos conturbados
Jessica Kourkounis/Getty Images

Da preocupação com as políticas de Trump aos aspetos mais pessoais, como o romance com Barack e o recurso à fertilização in vitro para o nascimento das duas filhas do casal, a ex-primeira-dama norte-americana apresenta esta terça-feira o seu novo livro onde garante que a política não é o seu lugar

‘Becoming’. Novo livro de Michelle Obama fala de política, romance e tempos conturbados

Mafalda Ganhão

Jornalista

O tema Trump é incontornável - e Michelle Obama arrasa o novo Presidente norte-americano - mas no seu novo livro de memórias, lançado esta terça-feira, a ex-primeira dama fala também do seu percurso pessoal, da família e dos desafios que se colocam aos Estados Unidos. “Becoming” contém algumas surpresas, algumas das quais a imprensa foi revelando nos últimos dias, antecipando a comercialização do livro, mas deixa também uma declaração clara. “Como as pessoas costumam perguntar, digo diretamente: não tenho intenção de concorrer a nenhum cargo, nunca. Eu nunca fui fã de política, e a minha experiência nos últimos dez anos pouco contribuiu para me fazer mudar de opinião”, pode ler-se.

Michelle Obama tece várias críticas às posições da classe conservadora, no entanto guarda as passagens mais duras para avaliar as opções políticas de Donald Trump.

“Tem sido difícil ver como um conjunto de políticas cuidadosamente construídas e humanas tem sido revertido, alienando alguns dos nossos aliados mais próximos e deixando os membros mais vulneráveis ​​da nossa sociedade expostos e desumanizados. Pergunto-me muitas vezes como podemos cair mais fundo”, escreve.

Numa outra passagem, Michelle Obama recorda o lançamento da campanha do atual Presidente, em junho de 2015, quando Trump classificou os imigrantes mexicanos como “criminosos” e “violadores”. “Percebi que estava apenas a afirmar-se, atraindo a atenção dos media, porque podia. Nada na forma como conduziu a sua campanha sugeriu que estava a falar a sério sobre querer governar.”

O início do romance com Obama

Michelle Obama recorda como cresceu em Chicago e como se apaixonou por Barack quando trabalharam juntos num escritório de advogados naquela cidade do estado de Illinois.

Reconhece ter ficado fascinada com a personalidade do futuro marido, “uma combinação estranha e emocionante” de serenidade e de poder. Apaixonaram-se e, finalmente, durante um jantar em que ele passou o tempo a enumerar argumentos contra o casamento, acabou por receber uma caixa de veludo escuro que, em vez de bolo de chocolate, continha um anel de noivado com um diamante. A senhora Obama afirma que o casamento sobreviveu a pressões extraordinárias por causa do trabalho, além de partilhar que o casal procurou aconselhamento matrimonial e que, após um aborto espontâneo, recorreram à fertilização in vitro para o nascimento das duas filhas.

Ao passar em revista a sua passagem pela Casa Branca, a ex-primeira dama recorda o tiroteio de Sandy Hook como o momento mais difícil para Obama. Um atirador matou 20 alunos e seis professores na escola primária de Newtown, Connecticut, em 2012, e nessa altura “senti que o meu marido precisava de mim”.

Foi a única vez em oito anos de presidência que lhe pediu para estar presente, reorganizando ambos os horários do dia, para poderem ficar sozinhos e juntos, por necessidade de reconforto. “O Presidente foi informado em detalhes sobre rios de sangue no chão de salas de aula e corpos desfeitos a tiro”, escreve. “Eu podia ver nos seus olhos como ficou afetado por essas imagens.”

O livro é lançado em Chicago, na United Center, uma arena com capacidade para 23.500 pessoas. Para o promover, Michelle Obama contratou uma empresa habituada a fazer as digressões de estrelas de rock e prepara-se para cumprir um roteiro de conferências, com passagem por várias cidades dos EUA.

Para as conferências serão vendidos bilhetes, com dez por cento das receitas a serem doados a instituições de caridade, escolas e grupos comunitários.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MGanhao@expresso.impresa.pt

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