A polícia da Nicarágua e grupos paramilitares leais ao Presidente Daniel Ortega mataram pelo menos 10 pessoas este domingo. A informação foi avançada pela Associação Nicaraguense dos Direitos Humanos, citada pela agência Reuters.
O mais recente episódio de violência num fim de semana particularmente conturbado ocorreu quando forças governamentais atacaram a cidade de Masaya, que fica a 25 quilómetros da capital do país, Manágua. No sábado, foi necessária a intervenção de bispos para a libertação de dezenas de estudantes, que se tinham refugiado dentro de uma igreja. Pelo menos uma pessoa morreu, vítima da chuva de tiros disparados por apoiantes de Ortega.
Os manifestantes, sobretudo estudantes que o Governo apelida de terroristas, exigem a demissão do Presidente desde que em abril Ortega impôs cortes nos programas de reforma e apoios sociais. O chefe de Estado acabaria rapidamente por recuar nos cortes, mas os protestos não cessaram.
Quase três meses de confrontos terão já resultado em mais de 300 mortos naqueles que são descritos como os protestos mais violentos no país desde o fim da guerra civil em 1990. As autoridades colocam o balanço em 51 mortos, incluindo quatro agentes da polícia que morreram na semana passada.
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