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Mossack Fonseca garante que sempre cumpriu os protocolos internacionais

Mossack Fonseca garante que sempre cumpriu os protocolos internacionais

Fuga de informação massiva revela enriquecimento ilícito em paraísos fiscais de chefes de Estado, banqueiros, criminosos e celebridades

Mossack Fonseca garante que sempre cumpriu os protocolos internacionais

Helena Bento

Jornalista

Em comunicado emitido este domingo após ter sido iniciada a publicação da investigação jornalística "Panama Papers", que representa uma das maiores fugas de informação de sempre, a sociedade de advogados Mossack Fonseca garante que sempre cumpriu os protocolos internacionais, de modo “a assegurar que as empresas que gere não estão a ser usadas para evasão fiscal, lavagem de dinheiro, terrrorismo financeiro ou outros propósitos ilícitos”.

Recusando-se a “providenciar respostas a questões que dizem respeito a assuntos específicos”, uma vez que ao fazê-lo estaria “a violar as suas políticas de confidencialidade e obrigações legais para com os clientes”, a firma de advogados garante, porém, “que partes citadas [na investigação] em muitas das circunstâncias não são nem nunca foram clientes da Mossack Fonseca”.

A empresa afirma que não permitiu e desconhece o uso de empresas suas por pessoas “com alguma ligação à Coreia do Norte, Zimbabwe, Síria e outros países”, mencionadas na investigação jornalística. Refere ainda que não gere as empresas dos clientes nem possui a custódia do seu dinheiro, e que já esteve ligada à criação de cerca de 300 mil empresas. “Este facto mostra que a vasta maioria dos nossos clientes usa as empresas criadas para usos legítimos”.

Considerada “uma das maiores fugas de informação de sempre”, a investigação jornalística “Panama Papers”, partilhada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, revela um esquema de enriquecimento ilícito que envolve chefes de Estado, banqueiros, criminosos e celebridades internacionais através de paraísos fiscais para esconder dinheiro e património.

A informação foi obtida através de documentos provenientes da base de dados da sociedade de advogados Mossack Fonseca, que tem sede no Panamá e filiais em Hong Kong, Miami, Zurique e em mais de 35 outros pontos do globo. No total, são cerca de 11,5 milhões de documentos, que representa uma quantidade de informação superior à que o WikiLeaks revelou em 2010.

No comunicado, a Mossack Fonseca salienta ainda que os seus serviços “estão regulamentados em múltiplos níveis, muitas vezes através da sobreposição de agências”, e que o seu registo de cumprimento é “forte. “Somos membros responsáveis da comunidade financeira global”, refere a firma, sublinhando que em 40 anos de seviço nunca foi acusada de ligação a atividades criminosas.

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