Barómetros

“Nos momentos mais críticos, quem está presente são os autarcas”

Paulo Fernandes (Câmara Municipal do Fundão), Luísa Salgueiro (Associação Nacional de Municípios Portugueses) e Filipe Teles (Universidade de Aveiro) participaram no debate desta noite
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As palavras são da presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, que considera urgente retomar a discussão pública sobre regionalização. Conheça as conclusões do debate sobre o Barómetro do Poder Local, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, transmitido esta noite na SIC Notícias

Para grande parte dos residentes em Portugal, a imagem do poder local é muito positiva ou positiva (44%), avança o último barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Para Luísa Salgueiro, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), os resultados do estudo não são uma surpresa. “Temos bem a consciência de que, sobretudo nos momentos mais críticos, quem está presente e resolve os problemas são os autarcas”.

A também líder da Câmara Municipal de Matosinhos foi uma das convidadas do debate organizado esta terça-feira pela SIC Notícias sobre os resultados do Barómetro do Poder Local (recorde AQUI os grandes números do estudo). Na discussão, moderada pela jornalista Marta Atalaya, participaram também Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, e Filipe Teles, coordenador do estudo e pró-reitor da Universidade de Aveiro.

Conheça abaixo as principais conclusões:

Na conversa, moderada pela jornalista Marta Atalaya, a influência do poder local em áreas como a saúde e a habitação foram temas centrais
José Fonseca Fernandes
  • “É preciso não tomar a parte pelo todo”, lembrou Filipe Teles sobre os valores a que os inquiridos pelo estudo dão mais importância na hora de votar num futuro presidente de câmara. O investigador diz que os dados, que revelam que a integridade ética é muito valorizada (27,1%), deixam claro que nem sempre os problemas muito mediatizados, como casos de corrupção, representam a realidade sentida pelos cidadãos.
  • Luísa Salgueiro recorda um estudo publicado pela ANMP que mostra que, a seguir aos tribunais e às forças policiais, “os municípios são os melhores avaliados pelos cidadãos”. “A população avalia [na altura das eleições autárquicas] sobretudo se o seu concelho está melhor”, assegura, lembrando que a filiação partidária está entre as características menos valorizadas pelos eleitores.
  • A proximidade entre eleitores e autarcas é importante, considera Paulo Fernandes, mas verdadeiramente fundamental é “passar do modelo de decisão para um modelo de co-decisão” que envolva os cidadãos. “Um cidadão deve ter uma palavra a dizer”, acrescenta, defendendo que não basta “ouvir”. É preciso “ser consequente”.
  • Entre os inquiridos neste barómetro, apenas 22% discorda da frase “os políticos locais não estão interessados no que as pessoas como eu pensam”. Filipe Teles defende um “olhar integrado sobre a governação”, de modo a responder à vontade de participação dos cidadãos, uma ideia partilhada por Luísa Salgueiro, que quer recuperar o tema da regionalização.
  • “Temos de aprofundar o processo de transferência de competências”, lembrou, sublinhando que as autarquias precisam de ter mais recursos para fixar trabalhadores qualificados e para poderem responder em áreas como a saúde ou a educação.

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