“Só vamos vencer esta batalha do transporte público se as pessoas sentirem que é mais vantajoso”
Hugo Luís, presidente da Câmara de Mafra; Inês de Medeiros, presidente da Câmara de Almada e Maria Clara Silva, presidente da Câmara do Montijo
José Fonseca Fernandes
A conferência Jornadas Navegante, organizada pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) e a que o Expresso se associou como media partner, decorreu esta terça-feira no teatro Thalia
Ana Baptista e José Fonseca Fernandes (fotografia)
Loading...
Os projetos de expansão e melhoria dos serviços e infraestruturas de transportes da Área Metropolitana de Lisboa (AML) foram o mote para a conferência que a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) decorreu esta tarde e onde também se fez um balanço da utilização do Navegante e da Carris Metropolitana, a marca que engloba e gere os serviços das quatro operadoras de transportes da Grande Lisboa.
Contudo, destes temas principais depressa se chegou ao que falta ainda fazer para que haja uma real integração de todos os transportes da AML, não só os rodoviários, mas também os comboios, barcos fluviais, elétricos e metros.
No encontro estiveram Cristina Pinto Dias, secretária de Estado da Mobilidade; Faustino Gomes, presidente da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML); Vítor Ferreira, presidente da Câmara da Amadora; Nuno Piteira Lopes, vice-presidente da Câmara de Cascais; Francisco Jesus, presidente da Câmara de Sesimbra; Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira; Rui Lopo, administrador da TML; Inês de Medeiros, presidente da Câmara de Almada; Hugo Luís, presidente da Câmara de Mafra; Maria Clara Silva, presidente da Câmara do Montijo; André Martins, presidente da Câmara de Setúbal; e Carlos Humberto de Carvalho, primeiro secretário metropolitano. Estas são as principais conclusões.
Mais ligações e coordenação
“Temos imenso para intervir e fazer”, diz Carlos Humberto de Carvalho, mencionando melhorias na informação, na tecnologia, nas ligações, na fiabilidade de serviço, na coordenação dos horários, na ligação ao novo aeroporto.
De facto, para oito das 18 câmaras que compõem a AML e que esta tarde estiveram presentes na conferência, há ainda muito a fazer. Por exemplo, para Maria Clara Silva é essencial uma “maior articulação entre transportes”, principalmente o fluvial.
“Nós temos outro problema que é atravessar o rio. Temos um percurso de 30 minutos mas muito deficitário, com horários não coordenados”, diz, dirigindo-se à presidente da Transtejo, presente na plateia, para ter uma “especial atenção” a esta situação.
Nuno Piteira Lopes refere isso mesmo. “Não posso ter o autocarro a chegar às 10h13 e o comboio a sair às 10h10”, exemplifica.
Inês de Medeiros também fez um aviso para a plateia, neste caso para a secretária de Estado da Mobilidade, que abriu o encontro, mas também o encerrou em substituição do ministro Miguel Pinto Luz.
“Demos um passo de gigante [com o Navegante e a Carris Metropolitana] e a primeira coisa é garantir a continuidade deste caminho e temos de continuar a investir e não podem ser só os municípios”, alertou.
A presidente da câmara de Almada também concorda que é precisa uma maior coordenação entre os diferentes meios de transporte, mas também é preciso uma maior “confiança”, repara André Martins. “Só vamos conseguir ganhar esta batalha do transporte público se as pessoas sentirem que é mais vantajoso”, ressalva Inês de Medeiros, não só pelo custo, que deve ser o mais baixo possível ou mesmo gratuito, mas também pelo tempo que as pessoas demoram a deslocar-se.
No primeiro painel da conferência Jornadas Navegante foram apresentados as novas ligações e infraestruturas de transportes em curso e em estudo
José Fonseca Fernandes
Além de coordenação e confiança foi também referida a importância de continuar a criar novos serviços e ligações e também novas infraestruturas.
Faustino Gomes apresentou todos os projetos que estão previstos para a AML, tanto em curso como em estudo, por exemplo, a ligação do Metro Sul do Tejo à Costa da Caparica e a possibilidade de se alargar essa ligação a Alcochete, passando pelo Seixal e pelo Montijo. Ligação essa que foi defendida por Maria Clara Silva.
Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa.