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Investigação farmacêutica em Portugal tem "oportunidades promissoras"

Beatriz Silva Lima, diretora da FARM-ID
Beatriz Silva Lima, diretora da FARM-ID
Henrique Casinhas

Beatriz Silva Lima, diretora da FARM-ID, destaca os avanços tecnológicos e a colaboração como cruciais para a inovação no sector, mas também há desafios. Ao longo das próximas semanas, publicamos dez artigos sobre vencedores das edições anteriores do Programa Gilead Génese, a que o Expresso se associa como media partner

A importância das atividades de investigação e desenvolvimento para o país e a sociedade é reconhecida por todos, mas as ferramentas de que investigadores precisam teimam em continuar em falta. Para a diretora da FARM-ID, Beatriz Silva Lima, não há dúvidas de que “existem oportunidades promissoras” no campo farmacêutico, a que se juntam desafios que importa ultrapassar.

A propósito da cerimónia de entrega de bolsas de investigação e apoio a projetos comunitários da 10ª edição do Programa Gilead Génese, a que o Expresso se volta a associar como media partner, publicamos dez artigos sobre vencedores das anteriores edições da iniciativa. Esta semana, falamos com a FARM-ID, fundada pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), uma das instituições que conquistou bolsas de investigação neste programa.

No campo dos desafios, Silva Lima não esquece as principais reivindicações da massa crítica científica, como “o financiamento insuficiente para a investigação e inovação, dificuldades na retenção de talento e uma integração ainda limitada entre investigação académica e aplicação industrial”. Vale a pena lembrar que, em novembro, um grupo de cientistas portugueses escreveu uma carta aberta a pedir mudanças por considerar que a capacidade nacional de produzir ciência de qualidade está “seriamente comprometida”.

"Iniciativas como esta, da qual a FARM-ID beneficiou, exemplificam como o financiamento bem direcionado pode transformar a investigação inovadora em impactos significativos para a sociedade e para a saúde global"

Por outro lado, há oportunidades relevantes a ter em conta, nomeadamente “maior acessibilidade a redes internacionais de colaboração e a tecnologias emergentes”, como a inteligência artificial ou a genómica que podem “revolucionar a ciência farmacêutica”. Um dos papeís da FARM-ID tem sido promover e facilitar a abordagem aos desafios e o desenvolver das oportunidades que daí surgem. No fundo, a instituição serve de “facilitador entre a FFUL, o iMed.ULisboa e parceiros externos” – entre eles, o Programa Gilead Génese que a instituição venceu em 2022.

O projeto "Spiro-B-lactams as broad-spectrum host-directed drugs for RNA respiratory viruses", liderado pela investigadora Inês Isabel Fernandes Bártolo e feito em parceria com o iMed.ULisboa. “Este projeto foca-se no desenvolvimento de compostos spiro-β-lactâmicos com potencial antiviral de amplo espectro, direcionados ao hospedeiro, para tratar infeções causadas por vírus respiratórios de RNA, como o vírus sincicial respiratório (RSV), que continua a ser uma ameaça significativa à saúde pública”, explica Beatriz Silva Lima.

Para a diretora, este programa de responsabilidade corporativa “reflete o poder de parcerias estratégicas no fortalecimento da ciência nacional e promoção da saúde”, que pode gerar “impactos significativos para a sociedade”. O compromisso da FARM-ID é claro: contribuir “não apenas para o avanço da ciência, mas também para a promoção de um ecossistema farmacêutico resiliente, voltado para o impacto social e para a liderança de Portugal em temas de inovação e saúde pública”.

Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa.

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