O futuro é, por definição, incerto. Mas quando se fala do futuro do sector energético sabe-se que ele será, quase obrigatoriamente, mais electrificado e mais renovável. Não só porque há metas europeias e mundiais definidas para descarbonizar a economia a bem da sobrevivência do planeta, mas também porque já está a ser desenvolvida e aperfeiçoada muita tecnologia nesse sentido.
O que não se sabe sobre o futuro da energia é se essas novas metas serão atingidas nas datas estabelecidas, entre 2030 e 2050. É que a transição energética é um esforço hercúleo que requer a intervenção de todos, incluindo os consumidores, mas também a cooperação entre todos, incluindo entre as universidades e as empresas e indústrias.
São vários os economistas - incluindo o atual ministro da Educação, Fernando Alexandre - que defendem que esta cooperação é essencial para o crescimento da economia portuguesa, uma vez que permite desenvolver produtos únicos de valor acrescentado.
Para o professor e especialista em energia e também presidente do júri do Prémio REN, João Peças Lopes, nos últimos anos houve um aumento do número de indústrias e empresas a recorrer às universidades em busca de soluções para problemas específicos ou para desenvolver novos produtos, equipamentos e sistemas.
Os vencedores do Prémio REN são, aliás, exemplo disso, porque algumas das teses premiadas em anos anteriores ou são trabalhos direccionados para um problema ou inovação específica ou então são investigações que têm depois uma aplicação prática em empresas de energia.
Esta terá sido uma das razões para que o tema escolhido para debater antes da entrega dos prémios de 2024 seja, precisamente, “que papel podem ter as universidades no futuro da energia”.
“A academia está sempre à frente da indústria e dos problemas que possam existir”, diz João Peças Lopes
O encontro decorre já na terça-feira e esta é a 29º edição do Prémio REN que atribui três prémios de €25 mil, €15 mil e €10 mil e ainda duas menções honrosas de €2.500 cada uma.
Serão ainda entregues as Medalhas de Mérito Científico, um prémio criado em 2021 pela REN, o Centro Ciência LP e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) que tem como objetivo distiguir estudantes e investigadores de países africanos de língua portuguesa que tenham realizado trabalhos nas áreas da energia e da transição energética. Estes dois prémios são no valor de cinco mil euros cada um.
é o montante total que a REN dá aos cinco vencedores dos prémios
De acordo com João Peças Lopes, este ano concorreram entre 36 a 38 trabalhos, o que está em linha com os anos anteriores. Também igual estão o funcionamento e regras do júri, como não se poder avaliar os trabalhos das escolas onde os jurados lecionam e as teses serem anónimas, não só no nome como da faculdade de onde vêm.
“Só eu é que sei de onde vêm os trabalhos porque sou eu que os distribuo, mas nem eu tenho acesso às teses que são da minha [a Faculdade de Engenharia do Porto].
Prémio REN 2024
O que é?
É a entrega do Prémio REN para as melhores teses de mestrado na área da energia, uma iniciativa que se associa ainda à entrega das Medalhas de Mérito Científico criadas em 2021 pela REN, o Centro Ciência LP e a Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Onde e quando?
No hotel Ritz, em Lisboa, no dia 12 de novembro, entre as 15h e as 18h00.
Quem são os oradores?
- Rodrigo Costa, CEO da REN
- Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa
- João Conceição, COO da REN
- Mónica Conceição, diretora de Operações da REN
- João Gaspar, direção de Operações e Investimento da REN
- João Peças Lopes, professor e presidente do júri
- Zita Vale, diretora do GECAD - Centro de Investigação em Engenharia Inteligente e Computação para Inovação Avançada e Desenvolvimento do Instituto de Engenharia do Politécnico do Porto
- Jorge Vasconcelos, presidente da NEWES - New Energy Solutions
- Paulo Ferrão, professor no Instituto Superior Técnico
- Maria João Pereira, secretária de Estado da Energia
Porque é que este evento é importante?
Porque além da entrega das prémios será debatido o papel das universidades no futuro da energia e serão ainda apresentados, por vários responsáveis da REN, os vários desafios que a transição energética provoca no dia a dia de um gestor da rede de transporte.
Onde posso ver?
No Facebook do Expresso, no dia seguinte - 13 de novembro - às 15h.
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